O pregão desta quinta-feira (15) já prometia fortes emoções para a Americanas (AMER3), com os investidores repercutindo os balanços de 2023 e do primeiro semestre de 2024, enfim publicados ontem pela varejista após diversos adiamentos.

Além disso, terminou hoje o bloqueio dos papéis fruto da conversão de débitos no aumento de capital da varejista. Com isso, cerca de 9 bilhões de ações que estão na mão dos credores da companhia agora podem ser negociadas em bolsa.

Mas, mesmo com uma forte volatilidade já prevista, o tamanho da queda não deixou de surpreender. Após ficarem um longo período em leilão, as ações da Americanas (AMER3) abriram o dia despencando 66,67%, a R$ 0,11.

A cotação marca uma nova mínima histórica para os papéis, que voltaram a leilão na sequência.

O balanço da Americanas (AMER3)

Vale relembrar que o balanço consolidado da Americanas de 2023 trouxe um prejuízo acumulado de R$ R$ 2,272 bilhões.

Apesar das perdas robustas, a cifra é 82,8% menor do que o montante de R$ 13,22 bilhões registrado em 2022, considerando os números reapresentados após a descoberta da fraude de resultados.

Segundo a varejista, o resultado do ano passado foi negativamente marcado pelo impacto operacional da crise financeira e da redução de receitas, com custos adicionais da investigação e da recuperação judicial, parcialmente compensados por impactos tributários. 

receita líquida caiu 42,1% no comparativo anual, encerrando 2023 em um patamar de R$ 14,94 bilhões, pressionada pela forte redução do canal digital e por problemas de abastecimento nas lojas físicas logo após o pedido de recuperação judicial. 

Por sua vez, a dívida líquida da varejista chegou a R$ 33,45 bilhões no ano passado, aumento de 20,8% na comparação com o ano fechado de 2022, enquanto o endividamento bruto somou R$ 39,43 bilhões no período.

Relembre o caso Americanas (AMER3)

Vale relembrar que a Americanas (AMER3) protagonizou um dos maiores escândalos contábeis da história do mercado de capitais no Brasil.

Em janeiro do ano passado, a varejista entrou com um pedido de recuperação judicial diante do agravamento da situação financeira da companhia.

À época, a empresa comandada pelo famoso trio de empresários formado por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles somava dívidas no valor de R$ 43 bilhões com bancos e fornecedores, além de questões trabalhistas.

Após adiar várias vezes seu balanço, foram confirmadas fraudes na casa das dezenas de bilhões de reais. Em relação a 2021, o “maior lucro da história” da Americanas converteu-se em um prejuízo líquido de R$ 6,237 bilhões.

E o prejuízo da varejista mais do que dobrou em 2022. A Americanas fechou aquele ano com R$ 12,912 bilhões no vermelho.

Já a fraude contábil foi estimada em R$ 25,2 bilhões, muito próximo do rombo calculado quando a Americanas admitiu que o episódio ia muito além de “inconsistências contábeis”.

Fonte: SeuDinheiro

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