As ações da Boeing (NYSE: BA) acumulam queda de quase 40% no ano, mas uma notícia desta segunda-feira (9) fez com que os papéis saltassem cerca de 6% no pré-mercado em Nova York, por volta das 8h20.

Isso porque a fabricante de aviões chegou a um acordo preliminar com o sindicato que representa mais de 32 mil trabalhadores no noroeste dos Estados Unidos, evitando assim uma potencial greve. 

O acordo inicial previa uma recomposição salarial de 40% nos próximos quatro anos, propostos pela International Association of Machinists and Aerospace Workers (IAM). 

No entanto, os trabalhadores aceitaram um aumento geral de 25% no mesmo período, reconhecendo as dificuldades financeiras da empresa. Os aumentos serão escalonados, com os trabalhadores novos e mais antigos recebendo a maior parte do montante, visando aumentar a retenção de talentos, disseram analistas da TF Cowen. 

Da mesma forma, Seth Seifman, do JP Morgan, também concordou que as condições financeiras do acordo parecem aceitáveis para a Boeing. Estimativas apontam um impacto de cerca de US$ 900 milhões no caixa da empresa após os aumentos salariais.

Ainda existe a possibilidade de os trabalhadores rejeitarem o acordo nas próximas assembleias. A proposta será votada na quinta-feira (12) e requer 50% do quórum para ser aprovada.

Em um segundo momento, será colocada para votação o início da greve, que requer a aprovação de dois terços dos trabalhadores.

Boeing e as turbulências do mercado

Seja como for, o acordo preliminar é considerado uma vitória inicial para o novo CEO da Boeing, Kelly Ortberg. Ele assumiu o cargo há cerca de um mês com a difícil tarefa de reverter a situação da fabricante de aviões. 

A Boeing tenta restaurar a confiança dos investidores e clientes após a empresa se declarar culpada em um acordo com a Justiça dos EUA. Vale lembrar que em janeiro deste ano, uma porta do modelo 737 MAX se desprendeu de um jato enquanto estava no ar. 

Desde esse incidente, o preço das ações da Boeing caiu cerca de 37%. Em relação aos últimos 12 meses, os papéis registram uma desvalorização de 27,5%. 

Já os BDRs (recibos de ações do exterior negociados no Brasil) da Boeing (BOEI34) acompanham o fraco desempenho, com uma queda de 27,45% em 2024 e de 18,39% nos últimos 12 meses.

*Com informações do Yahoo Finance

Fonte: SeuDinheiro

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