O ano de 2024 nem chegou na metade e já tem empresas fazendo planos de mudanças para o ano que vem. Na Vale (VALE3), por exemplo, tudo indica que a companhia vai respirar novos ares a partir do primeiro dia de 2025, pelo menos no comando.
A data de término do mandato de Eduardo Bartolomeo como CEO já estava definida desde março, após um processo conturbado marcado pela guerra de braço do governo na tentativa de emplacar o ex-ministro Guido Mantega no comando da mineradora.
Além disso, um conselheiro chegou a renunciar com alegações de ‘interferência política’ na ex-estatal.
Agora, não há mais segredos sobre os próximos passos para a sucessão. A Vale afirmou que uma lista tríplice de candidatos para a cadeira de CEO será apresentada em setembro.
Já o sucessor de Bartolomeo será conhecido apenas no início de dezembro, quando acontece o Vale Day — que é uma apresentação anual da companhia para os investidores.
Conforme o anunciado anteriormente, Bartolomeo fica na presidência da Vale até 31 de dezembro deste ano e acompanhará o novo presidente — ainda não escolhido — até 28 de fevereiro de 2025, no chamado período de transição.
O executivo, porém, não deixará a mineradora de imediato. Ele segue como consultor (advisor) por mais dez meses, ou seja, até o fim de 2025.
Passo a passo para a sucessão na Vale
A mineradora divulgou as datas importantes para o processo de sucessão, com início em junho deste ano.
Confira o cronograma:
AÇÕES DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO | CONCLUSÃO ATÉ |
Contratação de empresa de consultoria de padrão internacional (“consultoria”) para condução do processo de seleção | 30/06/2024 |
Aprovação da lista tríplice de candidatos selecionados pela consultoria | 30/09/2024 |
Aprovação, formalização de contrato e apresentação do novo Presidente da Vale (até o Vale Day) | 03/12/2024 |
Encerramento do contrato do atual Presidente da Vale | 31/12/2024 |
Posse do novo Presidente da Vale | 01/01/2025 |
O substituto de Bartolomeo
A troca de comando da Vale foi mais uma das polêmicas do atual governo.
Em um primeiro momento, o governo tentou emplacar o ex-ministro Guido Mantega na presidência da empresa e no Conselho de Administração. Mantega foi ministro da Fazenda entre 2006 e 2014. A tentativa de interferência provocou uma divisão entre os acionistas da companhia.
A saída de Bartolomeo do cargo era defendida pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, por meio do qual o governo exerce a sua influência na empresa.
Nos últimos meses, vários nomes apareceram como cotados para ocupar a presidência da Vale, como o presidente da Suzano, Walter Schalka, o ex-presidente da Cielo e do Banco do Brasil Paulo Caffarelli, e o ex-presidente da Vale, Murilo Ferreira.
Fonte: SeuDinheiro