A gestora Trustee DTVM ampliou a aposta na Ambipar (AMBP3) em meio à escalada praticamente sem precedentes das ações na B3 nas últimas semanas.

A empresa de gestão de resíduos anunciou que os fundos da gestora — que supostamente têm o empresário Nelson Tanure como cotista — alcançaram uma participação de 15% no capital da companhia.

Desta forma, a Trustee informou que tem a intenção de indicar dois membros ao conselho de administração da Ambipar.

Ainda de acordo com o comunicado, a gestora vai enviar “oportunamente” os nomes dos indicados, junto com um pedido de realização de assembleia de acionistas para aprovar as mudanças no conselho.

Ambipar (AMBP3) dispara 1000% em dois meses

Alvo de forte especulação, a Ambipar acumula uma valorização vertiginosa de pouco mais de 1000% em um intervalo de apenas dois meses. Assim, a companhia vale hoje pouco mais de R$ 16 bilhões na B3. Veja no gráfico abaixo o desempenho dos papéis ao longo do ano:

Fonte: Google

Sem nenhum fundamento evidente que justifique tal movimento, analistas atribuem a alta à disputa entre comprados e vendidos nas ações na bolsa.

Nos últimos meses, o controlador da Ambipar, Tércio Borlenghi Junior, ampliou a participação na companhia comprando ações diretamente na B3. Além disso, a própria Ambipar foi a mercado com um programa de recompra. Por fim, a entrada da Trustee na ponta compradora impulsionou ainda mais os papéis.

A alta das ações da Ambipar levou a um movimento de short squeeze. Ou seja, os investidores que operavam vendidos e apostavam na queda dos papéis foram forçados a cobrir as posições. Esse movimento amplificou ainda mais a valorização na bolsa.

Ao mesmo tempo, a quantidade de ações disponíveis para aluguel — necessário para manter a posição vendida — diminuiu graças às compras do controlador e da Trustee, o que provocou uma explosão das taxas.

No mercado, a dúvida é se a gestora atuou em conjunto com o controlador da Ambipar na compra das ações para forçar o short squeeze.

Mas no comunicado de hoje, a Trustee informou que não celebrou “contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela companhia”.

Xefife do mercado questiona alta

Na semana passada, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questionou a Ambipar sobre a oscilação das ações. Em resposta, a empresa informou não ter conhecimento do que poderia justificar o movimento.

Entretanto, a companhia disse que “a administração tem trabalhado constantemente para o atingimento da meta de redução de alavancagem constante”. Nesse sentido, mencionou o avanço na concretização de projetos para desmobilização de ativos.

Fonte: SeuDinheiro

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