Em meio à seca de novas ofertas iniciais de ações (IPOs), a bolsa brasileira vai ganhar as ações de uma nova empresa: a rede de concessionárias Automob.

A companhia chegará à bolsa em uma operação que envolve uma combinação com as concessionárias que atualmente pertencem à locadora de caminhões e equipamentos Vamos (VAMO3). Ambas as empresas, aliás, têm o grupo Simpar (SIMH3) como controlador.

Desse modo, a Vamos passará a atuar exclusivamente no segmento de locação e a Automob será responsável pela rede de concessionárias.

Após a operação, ambas as companhias terão ações na B3, de acordo com a proposta, que ainda precisa passar por uma assembleia de acionistas.

Vamos (VAMO3) e Automob: os detalhes da proposta

Até a listagem da Automob na B3, a operação passará por uma série de etapas. Primeiro, com a cisão do negócio da Vamos Concessionárias, que posteriormente vai adquirir uma participação de 35,49% da Automob que hoje pertence à Simpar, por R$ 1 bilhão.

Por fim, a Vamos Concessionárias vai incorporar a Automob — herdando a marca da última — e entregar como pagamento suas próprias ações.

Desse modo, a Simpar será a controladora da “nova Automob”, com 64,12% do capital. Enquanto isso, os acionistas minoritários da Vamos deterão 21,39% das ações e os da Automob, 14,49%.

Após a conclusão do negócio, os acionistas da Vamos terão ações da própria companhia e da Automob, que também será listada no Novo Mercado, o segmento com práticas de governança corporativa mais rigorosas da B3.

A Simpar contratou o Morgan Stanley e o conselho de administração da Vamos aprovou a contratação do BTG Pactual como assessores financeiros na transação.

Quem é a Automob

Com 120 lojas de 28 marcas, a Automob é uma das maiores concessionárias de carros e motos do país. Nos últimos 12 meses, a empresa vendeu 176 mil unidades, registrou uma receita de R$ 9,3 bilhões e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 457 milhões.

Já a empresa combinada contará com 192 lojas em 12 Estados, R$ 12,7 bilhões de receita líquida e R$ 418 milhões de Ebitda.

Enquanto isso, no mercado as primeiras impressões do negócio são positivas. Para a XP, a operação faz sentido do ponto de vista estratégico tanto para a Vamos quanto para a Automob.

Na visão dos analistas, a transação traz avaliações justas e ainda uma oportunidade de desalavancagem para a Simpar (reduzindo a dívida líquida da holding de R$3,3 bilhões para R$2,3 bilhões).

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Fonte: SeuDinheiro

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