Depois de ter dobrado de tamanho nos últimos cinco anos e conseguido retornos acima de 100% com ações, o fundo soberano da Noruega – o maior fundo soberano do mundo – está adotando uma postura mais cautelosa agora.
“Os riscos de queda são maiores do que os de alta no mercado de ações”, declarou Trond Grande, vice-diretor executivo do fundo.
O motivo para a cautela é conhecido: a incerteza quanto ao futuro da economia mundial.
Mais especificamente, Grande citou preocupações quanto ao clima político nos Estados Unidos, com a proximidade das eleições presidenciais; aos estímulos econômicos da China e à narrativa de “crescimento estagnado” na Europa.
No curto prazo, a decisão foi de não fazer grandes mudanças na alocação de recursos. Tipicamente, o fundo investe 70% do patrimônio em ativos de renda variável e 30% em títulos públicos.
Com US$ 1,8 trilhão (R$ 10,2 trilhões) sob gestão, o posicionamento do fundo tem devida relevância para os investidores.
No terceiro trimestre de 2024, o fundo reportou lucros de 835 bilhões de coroas norueguesas (R$ 434 bilhões), impulsionados pelos ganhos das bolsas, após o corte nas taxas de juros. Apesar disso, o resultado ficou um pouco abaixo do benchmark utilizado pelo fundo.
O que é o fundo soberano da Noruega
Um fundo soberano é um fundo de investimento pertencente a um governo. Criado nos anos 1990, o fundo soberano da Noruega é o maior do mundo e foi idealizado para reinvestir os lucros do país no setor de óleo e gás e atender a duas preocupações principais:
- Estabelecer uma espécie de poupança para quando as reservas de petróleo diminuírem; e
- Atenuar o impacto das flutuações dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
É graças principalmente à exportação de petróleo que a Noruega sustenta um Estado de bem-estar social que assegura a seus cidadãos uma vida materialmente confortável.
O fundo soberano da Noruega investe no mercado de ações, em títulos da dívida de governos e empresas, imóveis e infraestrutura de energias renováveis.
Em contrapartida, seus gestores são proibidos de investir em empresas dos setores de armas e tabaco.
Também estão excluídas empresas envolvidas em abusos de direitos humanos e, ironicamente, para um fundo lastreado nos lucros do petróleo, companhias que representem risco severo ao meio ambiente.
Até hoje, o fundo já investiu em mais de 8.760 empresas em 71 países.
* Com informações da CNBC.
Fonte: SeuDinheiro