Com dinheiro em caixa após o follow-on de bilhões na bolsa, a Eneva (ENEV3) está bem preparada para partir para novas oportunidades de investimento, na avaliação do Bank of America (BofA).

Com otimismo renovado, o BofA manteve recomendação de compra para as ações e elevou o preço-alvo de R$ 17 para R$ 18, o que implica em uma valorização potencial de 24,8% em relação ao último fechamento.

Para o banco, a empresa está bem preparada para explorar oportunidades atraentes do setor ao retornar ao seu principal impulsionador: alocação de capital

Segundo os analistas, a recente oferta de ações da Eneva, que levantou mais de R$ 3 bilhões em receitas primárias, aliada à expertise combinada de utilities e óleo e gás devem ser “vantagens competitivas em um setor que deve atrair investimentos” em greenfield e fusões e aquisições (M&As). 

“As operações e a execução de capex podem não ser simples, mas as perspectivas de crescimento são diretas: a geração térmica a gás pode se encaixar bem na produção cada vez mais volátil do Brasil”, afirmaram, em relatório.

Nas projeções dos analistas, essas oportunidades de alocação de capital mais prováveis ​​poderiam ser leilões de capacidade, fusões e aquisições (M&As) e novos contratos de gás.

Nas contas do banco, a Eneva poderia ter mais de “R$ 10 bilhões de poder de fogo” para ir às compras nos próximos 3 anos após a oferta de ações. 

Entre os potenciais alvos, estariam usinas termelétricas em dificuldades nas regiões Norte e Nordeste do Brasil próximas às reservas de gás da Eneva, plataformas de óleo e gás com campos na região Nordeste e unidades de infraestrutura de gás.

Em outros segmentos de energia, os analistas veem a Eneva eventualmente buscando ativos com perfil de fluxo de caixa previsível, como o segmento de transmissão, ao mesmo tempo em que reduziria a exposição a energias renováveis.

De olho nos lucros da Eneva (ENEV3)

O Bank of America ainda vê uma perspectiva positiva para os lucros de curto prazo da Eneva (ENEV3), dado o maior despacho térmico das usinas da empresa não só para o segundo semestre, como também para os próximos anos.

“As autoridades declararam publicamente uma maior aversão ao risco sobre o esgotamento dos reservatórios hidrelétricos, o que deve ser incorporado aos modelos de despacho a partir de 2025”, disse o BofA.

Além disso, a matriz energética do Brasil tem se tornado cada vez mais volátil e, portanto, complexa de operar. De acordo com os analistas, o aumento na volatilidade da geração de energia foi refletido nos preços à vista (spot), impulsionando o despacho térmico para cima. 

A alta volatilidade nos preços spot intradiários reflete a crescente necessidade de capacidade térmica para atender à demanda de pico, após décadas de investimentos majoritariamente em fontes de energia intermitentes, como solar e eólica.

“Vemos um risco de alta de 10% para o Ebitda previsto no consenso no segundo semestre de 2024 e esperamos um maior para o despacho térmico mais longo, de 30%, de 2026 em diante”, disseram os analistas.

Mas ainda que o modelo de negócios da Eneva tenha oportunidades únicas de crescimento, também incorpora mais riscos de execução, segundo o banco. 

Um deles é que o setor de gás tem atraído investimentos de grandes grupos que podem ser muito competitivos para futuras oportunidades de crescimento — e mesmo outras tecnologias e fontes de energia podem sofrer riscos com a concorrência.

Fonte: SeuDinheiro

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