O mercado financeiro brasileiro vive mais um dia de fúria nesta sexta-feira (29). O dólar à vista vem renovando as máximas históricas, sendo negociado na casa dos R$ 6,10 após uma alta de mais de 1%. 

No ápice, a moeda norte-americana chegou a tocar os R$ 6,13, de acordo com o TradeMap. Já o principal índice da bolsa brasileira perdeu o nível de 125 mil pontos e é negociado a 124.117 pontos, uma queda de 0,40% por volta das 11h. 

Nem mesmo comentários do diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre perseguir a meta e sinalizando a continuidade do aperto da Selic foram capazes de abrir espaço para uma correção de baixa.

Com isso, as taxas de juros futuras (DIs) também avançam no pregão de hoje.

O destaque vai para os juros curtos, que chegaram a precificar 14% em 2026, enquanto as taxas longas renovaram as máximas de 2022. Confira:

CÓDIGO NOME ULT MIN MAX ABE FEC
DI1F25 DI Jan/25 11,68% 11,60% 11,70% 11,60% 11,62%
DI1F26 DI Jan/26 14,19% 13,86% 14,30% 13,95% 13,91%
DI1F27 DI Jan/27 14,40% 13,97% 14,53% 14,05% 14,04%
DI1F28 DI Jan/28 14,34% 13,87% 14,48% 13,93% 13,97%
DI1F29 DI Jan/29 14,27% 13,77% 14,46% 13,86% 13,91%
DI1F30 DI Jan/30 14,20% 13,67% 14,35% 13,81% 13,84%
DI1F31 DI Jan/31 14,12% 13,62% 14,28% 13,76% 13,75%
DI1F32 DI Jan/32 14,02% 13,56% 14,20% 13,61% 13,64%
DI1F33 DI Jan/33 14,00% 13,51% 14,16% 13,63% 13,63%
Fonte: Broadcast

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DIRETOR FUTURO PRESIDENTE

O que levou o dólar, os juros e a bolsa a este cenário?

Ontem (28), dólar e juros futuros já dispararam após o anúncio dos cortes de gastos e isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil a partir de 2026, o que desagradou o mercado. A curva apontava 72% de chance de aumento na Selic de 75 pontos-base em dezembro e 100 pontos-base para as reuniões de janeiro e março do Copom.

Economistas contestam a economia de R$ 71,9 bilhões anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para a Warren Investimentos, a economia do pacote deve ser de 62% do valor anunciado, ou cerca de R$ 45 bilhões.

O Itaú Unibanco calcula um potencial de economia de R$ 53 bilhões nos próximos dois anos, 2025 e 2026, enquanto nas contas da Monte Bravo, as medidas resultarão numa contenção de despesas em torno de R$ 40 bilhões a R$ 45 bilhões.

Na ponta do lápis — e o que esperar a partir de agora

Mas o que mais pegou no calo dos investidores foi a isenção de impostos para quem ganha até R$ 5 mil.

Segundo as contas da Receita Federal, a medida terá impacto negativo nas contas do governo de R$ 35 bilhões, mas que será compensado pelas medidas de tributação na renda dos mais ricos — quem recebe mais de R$ 50 mil por mês (cerca de R$ 600 mil por ano).

Seja como for, as notícias do dia devem continuar mexendo com o dólar. A principal delas deve ser a indicação de novos diretores do Banco Central, que devem ser anunciados entre hoje ou na próxima semana. 

Além disso, o setor público teve superávit primário de R$ 36,883 bilhões em outubro, o maior para o mês desde 2016, porém, inferior à mediana das previsões do mercado, de R$ 40,5 bilhões.

Neste ano, o setor público acumula déficit primário de R$ 56,678 bi até outubro (0,59% do PIB) e em 12 meses, déficit primário de R$ 223,521 bilhões até outubro (1,95% do PIB).

Por fim, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,2% no trimestre encerrado em outubro, de acordo com os dados da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE. O resultado foi idêntico à mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: SeuDinheiro

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