Às vésperas do fechamento da taxa Ptax do fim de julho, na próxima quarta-feira (31), o dólar começa a semana em baixa no mercado à vista. Por volta das 11h, a moeda norte-americana era negociada com queda de 0,41%, cotada a R$ 5,6473.
Hoje, os investidores também ajustam suas posições de olho na queda dos rendimentos dos Treasurys. A moeda americana vem acumulando altas ante o real em julho (cerca de 0,8%) e neste ano (cerca de 16%) diante das preocupações com as contas públicas no país.
No mesmo horário, o Ibovespa seguia em queda de 0,27%, aos 127.195 pontos, contrariando o dia positivo em Nova York. Veja os indicadores desta semana que mexem com os mercados.
Além disso, dados fiscais do governo brasileiro apontam para um déficit primário acima do previsto em junho.
O setor público consolidado teve déficit primário de R$ 40,873 bilhões em junho, enquanto a mediana das estimativas do mercado colhidas pelo Projeções Broadcast apontava para um resultado menos negativo, de R$ 39,4 bilhões. No radar está o detalhamento do corte de R$ 15 bilhões nos gastos públicos, previsto para amanhã.
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Contudo, podem estar ajudando no humor local os sinais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em pronunciamento veiculado em rede nacional de rádio e televisão no domingo (28) de que não abrirá mão da responsabilidade fiscal.
“Não abrirei mão da responsabilidade fiscal. Entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho”, disse Lula. “É essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais”, completou.
Apesar do risco de contratar mais uma crise junto ao Congresso, o presidente deve validar até mesmo o congelamento de emendas parlamentares para cumprir o arcabouço fiscal.
A avaliação no Palácio do Planalto é que não é possível chegar aos R$ 15 bilhões de bloqueio e contingenciamento, necessários para o cumprimento das regras fiscais apenas “peneirando” os gastos nos ministérios.
Inflação no radar
No boletim Focus, a mediana para a inflação suavizada dos próximos 12 meses passou de 3,74% para 3,72%. Um mês atrás, ela era de 3,61%. Essa medida deve ganhar importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025.
O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. A meta continua tendo como centro 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
A mediana do relatório para o IPCA de 2024 passou de 4,05% para 4,10%, de 4,00% há um mês — o centro da meta para o ano é de 3%. A mediana para 2025, horizonte relevante da política monetária, passou de 3,90% para 3,96%. Um mês antes, ela era de 3,87%.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: SeuDinheiro