Quem pensou que o Ibovespa teria dificuldades de alcançar novos recordes depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, abriu o caminho para o corte de juros nos EUA na sexta-feira (23), enganou-se. O principal índice da bolsa brasileira começou o dia em alta, acelerou os ganhos e já renovou a máxima da sessão.
Por volta de 12h25, o Ibovespa subia 0,54%, aos 136.339,01 pontos, depois de subir 0,94% e atingir a máxima intradiária dos 136.888,96 pontos. O dólar à vista, por sua vez, acompanha o movimento do principal índice da bolsa brasileira e também avança: +0,45%, a R$ 5,5045.
O principal patrocinador dos ganhos do Ibovespa hoje é a Petrobras. As ações PETR3 e PETR4 ocupam as primeiras posições do lado positivo do índice, subindo 6,09% e 4,80%, respectivamente.
O Morgan Stanley elevou a recomendação de Petrobras de neutra para compra, com preço-alvo de US$ 20 para os American Depositary Receipts (ADR) da estatal — o que representa um potencial de valorização de 60% sobre o fechamento de sexta-feira (23).
Os analistas do Morgan justificam a melhora com o foco da companhia na remuneração dos acionistas, apontando positivamente o fato de que cálculos do mercado sugerem a possibilidade de distribuições extras aproximando-se de US$ 7 bilhões (R$ 38,7 bilhões) até o ano de 2025.
Os papéis da Petrobras também recebem os ventos favoráveis dos preços mais altos do petróleo. A commodity avança no exterior apoiada na renovação de eventos geopolíticos.
Na Líbia, o governo baseado no leste do país interrompeu toda a produção e as exportações e petróleo.
A notícia também ajuda outros papéis do setor como Prio (PRIO3), que sobe 1,04%, bem como 3R (+1,30%) e Petroreconcavo (+1,02%).
Investidores digerem Galípolo
Além disso, os investidores digerem as declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que repetiu que todas as alternativas de política monetária estão na mesa.
Neste final de semana, o presidente do BC brasileiro, Roberto Campos Neto, falou no simpósio de Jackson Hole, o principal evento de política monetária no mundo. Lá, RCN fez questão de lembrar que o vilão para a inflação brasileira neste momento, aquilo que impede a taxa básica de juros de cair mais, é o mercado de trabalho aquecido.
A Selic tem sido mantida em 10,50% desde junho, e agora as perspectivas do mercado são de novas elevações, mesmo com a expectativa de cortes de juros pelo Fed a partir de setembro.
Campos Neto e Galípolo, cotado para ser o novo presidente do BC, têm sinalizado que o Copom aumentará os juros se necessário.
A inflação brasileira atingiu o teto da meta em julho, e os indicadores de atividade econômica vêm superando as estimativas. Dentro do índice, a pressão maior vem dos preços de serviços, o que está diretamente ligado ao emprego.
OS RECORDES DO IBOVESPA: O QUE FARIA SUBIR MAIS E O QUE ACABARIA COM A FESTA?
Dólar segue o Ibovespa e sobe
No mercado de câmbio, o dólar voltou para a casa dos R$ 5,50, depois de tocar na máxima intradiária de R$ 5,5042.
Por volta de 12h10, a moeda norte-americana avançava 0,44%, cotada a R$ 5,5040 no mercado à vista.
A alta do dólar por aqui acompanha o sinal positivo do índice DXY e dos juros dos Treasurys, após aumento das encomendas de bens duráveis acima do esperado nos EUA em julho — um movimento contrário ao visto na sexta-feira (23), quando o dólar e as taxas caíram com a expectativa de corte de juros nos EUA em setembro.
As bolsas lá fora
Em Nova York, o Dow Jones atingiu recorde intradiário, deixando para trás a liquidação do início de agosto. No horizonte dos investidores está o corte de juros do Fed.
O índice de 30 ações, que chegou a subir mais de 200 pontos no pico da sessão, agora avança 0,22. Já o S&P 500 e o Nasdaq Composite operam na direção oposta, recuando 0,26% e 0,82%, respectivamente.
As ações de Dow, Caterpillar, American Express, Chevron, 3M e Travelers impulsionam o Dow para cima — cada uma delas avançavam mais de 1% nas negociações desta manhã. — com os investidores saindo da tecnologia e indo para outros segmentos do mercado.
Na Europa, as bolsas operavam em território misto, enquanto os investidores digeriam as crescentes tensões no Oriente Médio após os conflitos entre Israel e Hezbollah no fim de semana. Na Ásia, as bolsas também terminaram o dia mistas.
Fonte: SeuDinheiro