Wall Street seguiu embalada pela vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais e consolidou ganhos nesta quinta-feira (7) — um dia também marcado por mais uma decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros. Por aqui, o Ibovespa não deslanchou, atado às incertezas fiscais. 

O S&P 500 subiu 0,74%, aos 5.973,10 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 1,51%, aos 19.269,45 pontos. O Dow Jones ficou no zero a zero, aos 43.729,34 pontos — os três índices renovaram recordes durante a sessão.

O avanço de hoje em Nova York dá sequência aos ganhos de quarta-feira (6) após a vitória de Trump, incluindo um salto de 1.500 pontos do Dow Jones — algo que não era visto desde novembro de 2022. 

Esse desempenho vigoroso se manteve mesmo com a decisão do Fed de hoje. O banco central norte-americano cortou os juros em 0,25 ponto percentual como era amplamente esperado, com a taxa agora entre 4,50% e 4,75% ao ano, mas colocou uma sombra sobre a perspectiva de novas reduções. 

Falando na coletiva depois da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que “enquanto nos aproximamos de juros neutros, poderemos reduzir o ritmo de cortes”. 

De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, a curva futura ampliou a precificação de uma manutenção dos juros na próxima reunião. Ainda assim, a probabilidade de mais um corte de 0,25 pp segue como a mais provável.

Wall Street espera que o segundo governo Trump seja bom para ativos de risco como ações, graças, em parte, aos planejados cortes de impostos. No entanto, a perspectiva de grandes déficits federais contínuos e tarifas mais pesadas alimenta preocupações entre os investidores sobre a aceleração da inflação, e consequentemente, de juros mais altos nos EUA.

Ibovespa derrapa na questão fiscal e o freio do dólar

A questão fiscal não é só um ponto de atenção na maior economia do mundo — foi justamente esse tema que fez o Ibovespa derrapar hoje e terminar o dia no vermelho: -0,51%, aos 129.681,70 pontos.

Na tarde de hoje, a CNN Brasil reportou que o pacote de cortes de gastos do governo tende a ser bem modesto, na faixa de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões — bem abaixo da expectativa do mercado para a preservação do arcabouço fiscal, de pelo menos R$ 30 bilhões.

Segundo a emissora, um pacote de R$ 10 bilhões não atingiria áreas sociais do governo, enquanto o de R$ 15 bilhões alcançaria ministérios como a Saúde e o Desenvolvimento Social.

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Mais cedo, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, reconheceu que a ansiedade do mercado com relação ao anúncio do pacote é compreensível e legítima, mas que só poderá comentar as iniciativas quando se tornarem públicas. Segundo Ceron, não há data para a divulgação do pacote. 

Além da decisão do Fed, a questão fiscal também mexeu com o mercado de câmbio por aqui. Na manhã de hoje, o dólar à vista chegou a subir, atingindo a máxima do dia de R$ 5,7237, com o pacote fiscal no radar. 

A moeda norte-americana, no entanto, perdeu força e terminou o dia no zero a zero, com leve queda de 0,01%, cotada a R$ 5,6753.

Fonte: SeuDinheiro

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