A MRV (MRVE3) é uma das ações que mais sofreram na bolsa brasileira em 2024, com perdas que passam de 38% desde janeiro. No entanto, para o Warren Buffett de Londrina, esta é a hora de “comprar uma empresa boa, negociando a 60% do valor patrimonial líquido, e pagar muito barato”.

Na avaliação de Cesar Paiva, CEO da Real Investor, a construtora de baixa renda está hoje fortemente descontada porque, no momento, a “foto” é feia — mas o filme deve ser muito melhor para frente.

“Nós compramos a MRV recentemente porque a ação estava caindo entre 40% e 50% no ano. Em vez de ficar chorando, a gente aproveitou que estava namorando a empresa há algum tempo e decidiu investir”, disse o gestor, durante o evento “Fórum de Estratégias de Investimentos 2025” organizado pelo Bradesco.

Se o passado recente da MRV preocupa pelo desempenho amargo na B3, a perspectiva é positiva daqui para frente, especialmente diante da perspectiva de que a companhia encontre uma alternativa para a operação norte-americana Resia, que vem pressionando os resultados consolidados pela queima de caixa.

Hoje responsável por um patrimônio de mais de R$ 8 bilhões em ativos, Paiva ficou conhecido por suas apostas vencedoras na bolsa e por uma filosofia simples: em vez de tentar seguir índices mais gerais de mercado, como o Ibovespa, escolher a dedo boas empresas negociadas a preços e múltiplos atrativos.

Desde a fundação da gestora, no fim de 2008, somente em dois anos os fundos de ações da Real Investor renderam abaixo do Ibovespa.

As apostas em ações do Warren Buffett de Londrina

Atualmente, a maior parte da carteira de investimentos da Real Investor está alocada em quatro setores da bolsa complementares do ponto de vista de fatores de risco. São eles: 

  • 20% no setor financeiro
  • 20% em utilities (que inclui serviços básicos como saneamento e energia elétrica)
  • 20% em commodities 
  • 20% em imobiliário

A MRV não é a única aposta da gestora de Cesar Paiva no setor imobiliário. Na realidade, outras quatro ações compõem o portfólio: Allos (ALOS3) e Log (LOGG3), no segmento de “income properties” (imóveis para aluguel), e Even (EVEN3) e Melnick (MELK3) em construção.

Para Paiva, o setor de utilities chama atenção pela defesa da carteira contra a inflação, uma vez que contam com contratos regulados. Hoje negociadas a taxas internas de retorno (TIRs) próximas a 13%, as ações de Eletrobras (ELET3), Neoenergia (NEOE3) e Sanepar (SAPR4) são as principais apostas do “Buffett de Londrina” no segmento.

Com múltiplos atraentes por todo o setor financeiro, a alocação da gestora está dividida entre bancos, como Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), e seguros, com apostas na Porto Seguro (PSSA3) e na BB Seguridade (BBSE3).

Hoje há três principais matérias-primas no portfólio da Real Investor: petróleo, minério de ferro e celulose, com posições no trio Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3).

Fonte: SeuDinheiro

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