O token da liberdade, projeto pessoal de cripto de Donald Trump, foi salvo esta semana por Justin Sun, bilionário chinês fundador da blockchain Tron. O sistema de finanças descentralizados (DeFi) da família Trump, World Liberty Financial (WL Token), não agradou os investidores e apresentou índices de vendas decepcionantes até esta semana.
A iniciativa havia vendido pouco mais de US$ 20 milhões em tokens até a segunda (25), quando Sun comprou US$ 30 milhões em ativos do projeto e passou a controlar 60% dos WL Token atualmente em circulação.
Nesta quinta-feira (27), o bilionário foi alavancado a conselheiro da World Liberty Financial, o que pode garantir certa proximidade com Trump.
Segundo o gold paper do projeto — uma referência a white paper, isto é, o “documento” de fundação de uma criptomoeda —, uma sociedade de responsabilidade limitada (LLC, no termo em inglês) em Delaware e associada a Trump receberá 75% das receitas líquidas do negócio, incluindo vendas de tokens. O que deve significar o embolso de US$ 15 milhões à companhia ligada ao presidente norte-americano eleito.
Com a compra do bilionário, os tokens finalmente encerraram sua oferta inicial. O marco também significa que os fundadores do projeto, incluindo Donald Trump, receberão pagamento por sua participação na World Liberty. Isso alavancou o ativo na última semana com uma valorização de 135% – um salto suficiente para resgatá-lo da irrelevância que mantinha desde o pico inicial de lançamento.
No final de setembro o chamado ‘token da liberdade’ possuía uma meta de arrecadar US$ 300 milhões. Porém, a demanda ínfima forçou os organizadores do projeto a diminuírem o alvo em 90%, chegando ao valor de US$ 30 milhões. Mesmo assim, antes de Justin Sun, a World Liberty Financial ainda estava longe de alcançar seus planos mais modestos.
O cara da banana
Conhecido no mundo das criptomoedas por ter fundado a blockchain Tron, Justin Sun recebeu os holofotes este mês por motivos inusitados.
O bilionário comprou uma banana grudada a uma parede por US$ 6,2 milhões e pagou tudo em criptomoedas. A peça do irreverente artista italiano Maurizio Cattelan despertou um debate sobre os limites da arte e seu valor.
“Isso não é apenas uma obra de arte; representa um fenômeno cultural que conecta os mundos da arte, dos memes e da comunidade de criptomoedas”, escreveu Sun no X.
Bilionário também pode ser chamado de ‘primeiro-ministro’.
No ano passado, Sun perdeu seu cargo como embaixador na Organização Mundial do Comércio (OMC), que ocupava como representante da pequena nação caribenha de Granada. Mas em outubro a micronação de Liberland — um ‘estado’ europeu teórico criado por libertários de direita em 2015 — anunciou que elegeu Sun como chefe de Estado.
O ‘país’ não possui terras, apesar de reivindicar. Contudo, tem reservas monetárias de bitcoin.
Com 1.000 cidadãos (digitais) seus fundadores procuram construir uma utopia libertária. Liberland tenta se promover como um paraíso cripto, planejando operar as funções governamentais em sua própria rede blockchain, aprovar leis favoráveis às criptomoedas e estabelecer uma “hiperdemocracia descentralizada” para seus cidadãos por meio de mecanismos de votação on-chain.
A última jogada do bilionário procura aproximar seus interesses com um país real. Ansioso para vincular sua compra de tokens diretamente a Trump como indivíduo, além da compra de US$ 30 milhões, semanas antes do presidente eleito reassumir a Casa Branca, Sun escreveu “Os EUA estão se tornando o centro da blockchain” e “bitcoin deve isso a Donald Trump”.
*Com informações do Decrypt
Fonte: SeuDinheiro