Após uma escalada alucinante de valorização que quase tocou o tão sonhado patamar de US$ 100 mil, o bitcoin (BTC) perdeu o fôlego — pelo menos, por enquanto. Pela manhã desta terça-feira (26), a maior criptomoeda do mundo  chegou a ser negociada abaixo dos US$ 92 mil, deixando muitos agentes do mercado de cabelo em pé.

O motivo? Mais uma vez a famosa realização de lucros. Aquela velha tática em que investidores, ao verem o saldo no azul, correm para vender e garantir os ganhos. 

Contribuiu o fato de que alguns investidores comprados na alta enfrentaram perdas significativas nesta semana. Mais de US$ 430 milhões em liquidações longas — posições alavancadas que dependiam da valorização do Bitcoin — foram encerradas automaticamente devido à queda dos preços, o que intensificou ainda mais a pressão vendedora no mercado.

O recente declínio do BTC também coincidiu com o fim de uma sequência de cinco dias de entradas líquidas em ETFs spot, que registraram uma saída expressiva de US$ 438 milhões na segunda-feira (25). Enquanto isso, as ações da MicroStrategy, uma das maiores detentoras corporativas de bitcoin, recuaram 4,4%, um reflexo da desvalorização dos seus ativos digitais.
Esse movimento se dá depois da empresa fazer uma compra  recorde de US$ 5,4 bilhões do BTC na semana passada, fortalecendo ainda mais sua posição no mercado cripto.

E agora, bitcoin?

No curto prazo, o caminho do bitcoin para o simbólico patamar de US$ 100 mil parece travado. Com a aproximação dos feriados nos Estados Unidos e a ausência de um catalisador imediato, o cenário limita novas altas.

No entanto, nem todos no mercado compartilham de uma visão pessimista. Charlie Sherry, chefe de finanças e analista de cripto da BTC Markets, disse ao Cointelegraph que a recente queda deve ser vista como parte de um padrão histórico do Bitcoin, caracterizado por “ganhos acentuados seguidos por correções saudáveis.”

Grandes demais para quebrar

Segundo ele, essas retrações são normais e “permitem que o mercado consolide ganhos e reduza alavancagem antes de avançar ainda mais.” Sherry sugeriu que essa pode ser a última queda antes de o Bitcoin romper a marca dos seis dígitos e apontar para um otimismo cauteloso em relação ao futuro próximo da maior criptomoeda do mundo.

O analista ainda destaca que mesmo uma queda de 20% a 30% é consistente com o comportamento de mercados em alta anteriores. 

Já CK Zheng, cofundador da ZX Squared Capital, afirmou que US$ 100 mil é um nível de resistência forte para o Bitcoin no curto prazo. E acredita em um recuo saudável de 20%, pelo menos antes das medidas do novo governo de Donald Trump, que devem levar as moedas digitais  à marca simbólica dos US$ 100 mil  finalmente.

Fonte: SeuDinheiro

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