O desenvolvimento do Drex, popularmente chamado de “real digital”, acaba de ganhar contornos mais bem definidos. Isso porque o Banco Central acaba de selecionar 13 casos de uso na segunda fase de testes da chamada criptomoeda do BC — ou CBDC, sigla para Central Bank Digital Currency

De acordo com o comunicado, o Comitê Executivo de Gestão (CEG) do projeto piloto do Drex decidiu agregar os casos de uso por temas, sendo que 11 desses temas serão de competência do Banco Central e os outros dois na competência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O primeiro caso que chama a atenção é a chamada “otimização do mercado de câmbio”, que será conduzida pelo consórcio da XP com a Visa e pelo Nubank . 

Isso poderia, por exemplo, melhorar e baratear envios e recebimentos de recursos para o exterior. Em última instância, o Drex poderia ajudar a popularizar investimentos lá fora.

Outro ponto que chama a atenção são as múltiplas possibilidades de transações, que incluem automóveis e imóveis por meio de contratos inteligentes (smart contracts). Os consórcios e empresas responsáveis por esses testes nesta fase são ABBC, TecBan, MB, XP-Visa, B3, BV, Santander, BTG, BB, Caixa e SFCoop.

Esse tipo de contrato permite a transferência de dinheiro de maneira mais segura entre as partes após o cumprimento de acordos pré-definidos — como, por exemplo, o dinheiro só é depositado na conta de uma pessoa quando o bem (carro, imóvel) já estiver transferido para uma outra. 

Outro tema que será colocado em testes e pode mexer com o público final é a concessão de crédito com colateral (garantia) em títulos públicos e CDB. 

Veja a seguir todos os temas elencados pelo Banco Central para usos do Drex: 

Tema Consórcios Participantes
Cessão de recebíveis ABC, Inter
Crédito colateralizado em CDB BB, Bradesco, Itaú
Crédito colateralizado em títulos públicos ABBC, ABC, MB
Financiamento de operações de comércio internacional (Trade Finance) Inter
Otimização do mercado de câmbio XP-Visa, NuBank
Piscina de liquidez para negociação de títulos públicos ABC, Inter, MB
Transações com Cédulas de Crédito Bancário ABBC
Transações com ativos do agronegócio (CVM) TecBan, MB, XP-Visa
Transações com ativos em redes públicas MB
Transações com automóveis B3, BV, Santander
Transações com créditos e descarbonização – CBIO Santander
Transações com debêntures (CVM) B3, BTG, Santander
Transações com imóveis BB, Caixa, SFCoop
Fonte: Banco Central

Para o Bradesco, o uso dos tokens irá simplificar e agilizar o processo de negociação e liquidação em operações de empréstimo com garantia para clientes pessoa física (PF) e pessoa jurídica (PJ), permitindo que os ativos sejam operacionalizados pelo próprio cliente em produtos como Crédito Pessoal ou Capital de Giro.

Drex: o real digital até agora

Ainda, o BC afirmou que ao longo do terceiro trimestre de 2024 abrirá a chamada novas propostas de candidatura de entidades interessadas em participar do Piloto Drex.

Atualmente, o projeto conta com a participação de 16 consórcios ou empresas, diretamente engajados nos testes e no desenvolvimento dos recursos necessários à operação da plataforma.

Empresa/Consórcio Projetos/Produtos Relacionados aos Consórcios
ABBC Banco Brasileiro de Crédito, Banco Ribeirão Preto, Banco Original, Banco ABC Brasil, Banco BS2, Banco Seguro, ABBC, BBChain, Microsoft, BIP
ABC Banco ABC, Hamsa, LoopiPay, Microsoft
B3 Banco B3, B3 Digitas
BB Banco do Brasil
Bradesco Bradesco, Nuclea, Setl
BTG Banco BTG
BV Banco BV
Caixa Caixa, Elo, Microsoft
Inter Banco Inter, Microsoft, 7Comm
Itaú Itaú Unibanco
MB MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard, Banco Genial
Nubank NuBank
Santander Santander, Santander Asset Management, F1RST, Toro CTVM
SFCoop Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi, Unicred
TecBan Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS, Parfin
XP-Visa XP, Visa
Fonte: Banco Central

Fonte: SeuDinheiro

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