Não é novidade que o Nubank (ROXO34) mira países vizinhos como México e Colômbia como rotas de impulso para seu crescimento nos próximos anos. Mas a América Latina ficou pequena para o banco digital — e, segundo Goldman Sachs, é hora de aumentar o horizonte de países na busca por novos destinos de expansão dos negócios.

Não entenda mal: os analistas ainda veem potencial de crescimento significativo nas Américas, com expectativa de rentabilidade das operações mexicanas e colombianas nos próximos dois anos.

“Se o Nu replicasse seu modelo de negócios nesses países, mirar em uma nova geografia poderia ser o próximo passo natural”, afirmaram os analistas do Godman, em relatório. 

O próprio fundador e CEO, David Velez, chegou a afirmar ao Brazil Journal que a fintech definitivamente marcará presença em outros países além do Brasil, México e Colômbia.

“Achamos que o modelo bancário low cost da Nu poderia ser potencialmente replicado em outros países, dada a estratégia de atingir economias de grande escala com inclusão financeira relativamente baixa e alta concentração de mercado”, afirmou o Goldman. 

Para o Goldman, com base na estratégia já definida do Nubank, outros países na América Latina normalmente não atenderiam a estes critérios, dado o potencial limitado para negócios em escala significativa. 

Tendo isso em mente, o banco norte-americano avalia que existem hoje oito principais potenciais destinos para o Nubank — e um caminho alternativo mais arriscado, ainda que possível.

Veja aqui: 

Os alvos na mira do Nubank (ROXO34) 

Na avaliação do Goldman Sachs, a Indonésia, as Filipinas, a Índia, o Vietnã, a Tailândia, a África do Sul, a Nigéria e a Turquia atendem aos critérios de “triagem” como potenciais países de destino para o Nubank (ROXO3) no futuro.

Os analistas levaram em consideração mercados de renda média ou baixa, com no mínimo de 30 milhões de população adulta e em que exista o máximo de 50% de penetração em cartão de crédito. 

“Essas geografias representam cerca de 1,7 bilhão de adultos, o que é 5 vezes maior do que os atuais 300 milhões de clientes endereçáveis ​​do Nu”, afirmou o banco.

Dentro do grupo de potenciais alvos, a Turquia ocupa o primeiro lugar em termos de PIB (Produto Interno Bruto) per capita, com US$ 33 mil por ano, seguida pela Tailândia, com US$ 18 mil, de acordo com dados da CIA World Factbook, compilados pelo Goldman Sachs Global Investment Research.

Já os seis nomes restantes estão abaixo do patamar de US$ 15 mil ao ano visto nos países latino-americanos, mas têm “populações consideráveis ​​com demografia favorável”, segundo os analistas, com populações mais jovens que no Brasil. 

Outro ponto positivo é que o Nubank é classificado como a maior fintech e empresa de pagamento nos países selecionados em termos de valor de mercado, incluindo empresas públicas e privadas.

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EUA na mira do banco digital?

O Goldman Sachs destaca que hoje ainda existem questionamentos sobre um potencial caminho de expansão do Nubank nos Estados Unidos.

“Os mercados desenvolvidos representariam um novo desafio para a empresa, considerando maior penetração bancária, menor lucratividade estrutural e maior concorrência”, afirmou o bando. 

“Ainda assim, o modelo de baixo custo unitário e gerenciamento de risco do Nu podem ser uma vantagem competitiva se for replicável em outras regiões.” 

Vale lembrar que o Nubank adquiriu uma série de empresas sediadas nos EUA ao longo dos últimos anos, como a empresa de inteligência de dados Hyperplane, a consultoria de software Cognitec e a empresa de modelagem de UX Juntos Global.

De acordo com o Goldman Sachs, o mercado de pagamentos dos EUA é muito maior do que as economias emergentes.

Segundo dados da WorldPay, os volumes totais de pagamentos na terra do Tio Sam somaram US$ 12,3 trilhões em 2023 — cerca de 7 vezes maior do que Brasil, México e Colômbia combinados ou 3 vezes superior à Índia, Indonésia, Turquia, Filipinas, Nigéria, Vietnã, Tailândia e África do Sul combinados.

“Olhando para outros neobancos dos EUA e outras regiões, o Nubank se destaca como um dos maiores em termos de clientes totais, enquanto tem aproximadamente a mesma escala em crédito e depósitos que empresas como Sofi e Kakaobank.”

Nas contas dos analistas, a ação do Nubank atualmente possui um “valuation atraente dada a perspectiva de crescimento”, negociada a um múltiplo de 17,3 vezes o preço sobre lucro (P/L) de 2025 — acima da mediana dos pares, de 12,8 vezes.

O Goldman possui recomendação de compra para as ações Nu negociadas em Wall Street, com preço-alvo de US$ 17 para os próximos 12 meses, um potencial de valorização de 47,5% em relação ao último fechamento.

Vale lembrar que o banco digital possui BDRs negociados na bolsa brasileira sob o ticker ROXO34.

Fonte: SeuDinheiro

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