A Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a “xerife” do mercado de capitais, suspendeu o registro de três companhias abertas, incluindo a Coteminas (CTNM4), atualmente em recuperação judicial. 

Além da empresa do ramo têxtil, a CVM suspendeu os registros da Springs Global, holding que inclui a própria Coteminas, a AMMO Varejo e outras varejistas. Outra empresa, a Auzza Securitizadora, também teve o registro suspenso.

Em comunicado, a CVM informou que as empresas tiveram o registro suspenso na Comissão devido ao descumprimento, há mais de um ano, da obrigação de prestarem informações à autarquia, de acordo com a Resolução 80 criada pela Comissão.

Vale lembrar que a Resolução 80, de 29 de março de 2022, determina que as empresas abertas devem prestar e divulgar informações sobre demandas societárias, inclusive de processos arbitrais e seus principais desdobramentos.

A norma tem como objetivo assegurar que mercado e os investidores sejam informados de disputas societárias envolvendo as companhias abertas, seus acionistas e administradores.

Com a decisão da CVM, as duas empresas não podem ter valores mobiliários, como ações e debêntures, admitidos à negociação em bolsa ou balcão até que sejam regularizadas. 

BUSCA POR BAIXA ALAVANCAGEM

No mês passado, as duas empresas já estavam na lista de inadimplentes da CVM por não entregarem formulários de demonstrações financeiras e outras informações à autarquia.

Virou retalho: a crise da Coteminas (CTNM4)

A Coteminas e a holding Springs Global pertencem a Josué Gomes, presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Em maio deste ano, a Coteminas (CTNM4) entrou com um pedido de recuperação judicial em conjunto com outras empresas do mesmo grupo, com dívidas de R$ 2 bilhões. 

No mês passado, o pedido foi aceito pela Justiça. Na mesma decisão, o Odernes Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (Fip Ordenes), credor da Coteminas, também aceitou o acordo proposto pela AMMO Varejo e outras empresas do grupo. 

No passado, o fundo de investimentos havia alegado o vencimento antecipado das dívidas da AMMO e solicitou o acesso às ações como garantia pelo não pagamento das dívidas.

Em outras palavras, o FIP Ordenes acredita que o grupo não cumpriu com as obrigações relacionadas às debêntures — e que, por isso, a dívida deveria ser paga imediatamente. 

No início deste mês, a Coteminas aceitou a venda da Mmartan, rede de roupas de cama e banho vinculada à Ammo Varejo. O objetivo é ajudar a levantar recursos para reduzir o endividamento.

Fonte: SeuDinheiro

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