O CEO da Ambipar (AMBP3) decidiu abocanhar mais um pedaço na companhia.
Após se comprometer a comprar todo o lote base da oferta de ações (follow-on) da empresa no ano passado, Tércio Borlenghi Junior elevou sua fatia para 73,135% de seu capital social total e votante.
O percentual equivale a 122.165.450 ações ordinárias AMBP3, detidas direta ou indiretamente pelo executivo.
As ações AMBP3 chegaram a disparar 10% na bolsa brasileira, figurando entre as maiores altas fora do Ibovespa pela manhã. Por volta das 11h15, os papéis subiam 7,05%, negociados a R$ 22,63.
No ano, a Ambipar acumula valorização de 42% na bolsa brasileira — sendo que só no último mês, os ativos dispararam cerca de 158% na B3.

Apetite do CEO da Ambipar pelas ações AMBP3 não é de hoje
Sócio fundador da companhia, Borlenghi Junior criou a Ambipar Participações em 1995 e atua como presidente do conselho de administração (chairman) da empresa desde 2020.
O executivo deixou a cadeira de CEO em 2021, quase um ano após a abertura de capital (IPO) da companhia, mas retornou à posição em junho do ano passado.
Até 31 de março deste ano, a posição do presidente somava cerca de 66,66% na empresa, de acordo com informações de estrutura acionária presentes no site de relações com investidores da Ambipar.
Vale lembrar que Tércio aumentou a participação na Ambipar durante o follow-on realizado em 2023, quando colocou na carteira outras 30 milhões de ações AMBP3 — isto é, todo o lote inicial da oferta.
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O follow-on da Ambipar
Apesar da demanda garantida por parte do CEO, a empresa levantou menos dinheiro que o projetado na oferta de ações, uma vez que a procura dos investidores pelo lote adicional veio aquém do esperado.
O follow-on movimentou R$ 716,91 milhões, contra expectativa de um montante de até R$ 1,12 bilhão com a operação, considerando a venda integral do lote extra.
O objetivo da Ambipar (AMBP3) era usar o dinheiro levantado na oferta primária para reforçar o caixa e diminuir sua alavancagem.
Afinal, a empresa de gestão de resíduos conquistou o apelido de “máquina de compras” devido ao robusto número de aquisições realizadas ao longo dos últimos anos.
Recentemente, a empresa ainda anunciou uma recompra de até 37% do total de ações em circulação na bolsa brasileira por considerar que os papéis estavam baratos. Na época, os ativos acumulavam queda de 50% em 2024.
“Na visão da administração da companhia, o valor atual das suas ações no mercado não reflete o valor real dos seus ativos e a perspectiva de rentabilidade e geração de resultados”, disse a empresa, em fato relevante enviado à CVM em junho.
Fonte: SeuDinheiro