Esta quarta-feira (14) é um dia muito importante para quem acompanha a Americanas (AMER3). A varejista deve divulgar hoje, após o fechamento do mercado, os balanços de 2023 e do primeiro trimestre deste ano.
Mas, enquanto o pregão ainda está aberto, as ações da empresa operam em forte queda. Os papéis chegaram a recuar mais de 17% mais cedo e, por volta das 11h30, ainda apresentavam um tombo de 12,2%, cotados em R$ 0,36.
Vale relembrar que a publicação das demonstrações financeiras em questão foi adiada diversas vezes. A última ocorreu em julho, pouco após a companhia receber os resultados da investigação que confirmou uma fraude bilionária nos balanços.
Na época, a Americanas informou que o adiamento visava permitir que os auditores analisassem o material apresentado, concluíssem os trabalhos e reavaliassem a possibilidade de emitir opinião sobre as DFs.
Uma “prévia” do balanço da Americanas (AMER3)
Apesar da demora na publicação dos resultados, a varejista já havia dado um “spoiler” dos números ao mercado. Em junho, a Americanas publicou alguns dados dos balanços, com a ressalta de que eles não eram auditados.
A “prévia” mostrou que a companhia obteve receita líquida de R$ 14,94 bilhões em 2023 e de R$ 3,759 bilhões nos três primeiros meses deste ano.
Já o lucro bruto trimestral ficou em R$ 1,267 bilhão, enquanto em todo o ano de 2023 foi de R$ 4,385 bilhões.
A Americanas informou ainda que o Ebitda Ajustado (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortizações) ficou em R$ 284 milhões de janeiro a março de 2024, enquanto no exercício de 2023 foi negativo em R$ 1,622 bilhão, conforme os dados gerenciais não auditados.
Relembre o caso Americanas (AMER3)
Vale relembrar que a Americanas protagoniza um dos maiores escândalos contábeis da história do mercado de capitais no Brasil.
Em janeiro do ano passado, a varejista entrou com um pedido de recuperação judicial diante do agravamento da situação financeira da companhia.
À época, a empresa comandada pelo famoso trio de empresários formado por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Teles somava dívidas no valor de R$ 43 bilhões com bancos e fornecedores, além de questões trabalhistas.
Após adiar várias vezes seu balanço, foram confirmadas fraudes na casa das dezenas de bilhões de reais. Em relação a 2021, o “maior lucro da história” da Americanas converteu-se em um prejuízo líquido de R$ 6,237 bilhões.
E o prejuízo da varejista mais do que dobrou em 2022. A Americanas fechou aquele ano com R$ 12,912 bilhões no vermelho.
Já a fraude contábil foi estimada em R$ 25,2 bilhões, muito próximo do rombo calculado quando a Americanas admitiu que o episódio ia muito além de “inconsistências contábeis”.
Fonte: SeuDinheiro