A AgroGalaxy (AGXY3) anunciou nesta terça-feira (1) que a 19ª Vara Cível e Ambiental da Comarca de Goiânia (GO) aceitou o pedido de recuperação judicial da companhia e suas subsidiárias, com a sentença divulgada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A partir da decisão da Justiça, todas as ações de execução contra a empresa estão suspensas, como arrestos, penhora de bens, apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens ou outras ações que podem comprometer o patrimônio da AgroGalaxy.
A juíza Alessandra Gontijo do Amaral também proíbe, de acordo com a sentença, a retenção de novos recebíveis por meio dos bancos credores, como Santander e Banco do Brasil.
Também estão suspensas cláusulas contratuais que previam o vencimento antecipado de dívidas.
Além disso, os credores da empresa não podem rescindir contratos com base no pedido de recuperação judicial ou em caso de inadimplência durante o período de stay period — prazo pelo qual as ações e execuções de dívida ficam suspensas durante a reestruturação.
Com isso, a Justiça quer garantir a continuidade das operações da AgroGalaxy e proteger o fluxo de caixa do grupo, permitindo sua reestruturação financeira.
GUIDANDE POSITIVO, MAS HÁ CONTRAPONTOS
A crise da AgroGalaxy (AGXY3)
Vale lembrar que a Justiça já havia aprovado o pedido de stay period da AgroGalaxy por 45 dias corridos no final do mês passado, depois que a companhia enviou, em caráter de urgência, o pedido de recuperação judicial em meio a dívidas bilionárias.
Um dos principais pontos citados pela companhia para justificar a urgência da “blindagem” foi o vencimento dos CRAs da 79ª emissão da empresa, que totalizavam R$ 500 milhões.
De acordo com o pedido de recuperação judicial da AgroGalaxy, a crise de liquidez “impactou a capacidade de geração de caixa das empresas e as impediu de honrar suas obrigações nas condições originariamente acordadas com seus credores”.
O pedido de reestruturação revelou um passivo total de R$ 3,7 bilhões e US$ 160 milhões. O valor inclui obrigações com instituições financeiras, produtores rurais e fornecedores.
Fonte: SeuDinheiro