Um dos principais alvos da investigação da Polícia Federal sobre a fraude na Americanas (AMER3), o ex-CEO Miguel Gutiérrez foi preso nesta sexta-feira (28) em Madri. A informação foi dada pela primeira vez pelo jornal O Globo.
Investigado pela Operação Disclosure da PF, Gutiérrez tinha mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça desde a última quinta-feira (27) e era considerado foragido.
A PF chegou a incluir os nomes do executivo e da ex-diretora da varejista, Anna Christina Ramos Saicali, na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados.
Segundo a investigação, o ex-CEO e outros funcionários da Americanas venderam R$ 287 milhões em ações antes do anúncio do rombo de R$ 25,3 bilhões no balanço da empresa devido a “inconsistências contábeis”, em janeiro do ano passado.
A descoberta levou ao enquadramento dos ex-executivos por crime de uso de informações privilegiadas, além de outros delitos sob suspeita na Operação Disclosure.
Relembre o caso na Americanas (AMER3)
A Americanas (AMER3) protagonizou o maior escândalo da história do mercado de capitais no Brasil.
Em janeiro do ano passado, a varejista entrou com um pedido de recuperação judicial diante do agravamento da situação financeira da companhia.
À época, a empresa comandada pelo famoso trio de empresários formado por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles somava dívidas no valor de R$ 43 bilhões com bancos e fornecedores, além de questões trabalhistas.
Após adiar várias vezes seu balanço, foram confirmadas fraudes na casa das dezenas de bilhões de reais. Em relação a 2021, o “maior lucro da história” da Americanas converteu-se em um prejuízo líquido de R$ 6,237 bilhões.
E o prejuízo da varejista mais do que dobrou em 2022. A Americanas fechou aquele ano com R$ 12,912 bilhões no vermelho.
Já a fraude contábil foi estimada em R$ 25,2 bilhões, muito próximo do rombo calculado quando a Americanas admitiu que o episódio ia muito além de “inconsistências contábeis”.
*Conteúdo em atualização
Fonte: SeuDinheiro