O tão aguardado lançamento do iPhone 16 acaba de ser ofuscado por uma das principais rivais da Apple na China. Horas após a estreia da nova linha de celulares da empresa da maçã, a Huawei lançou o seu novo smartphone de “dobra tripla”.
Em uma espécie de origami de telefone, a tela do novo Mate XT poderá ser dobrada em três direções, semelhante a uma porta sanfonada.
A gigante chinesa afirmou nesta terça-feira (10) que o aparelho custará inicialmente o equivalente a mais de US$ 2.800 — isto é, mais que o dobro do preço inicial do seu rival equivalente norte-americano mais próximo, o iPhone 16 Pro Max.
“Hoje trazemos a vocês um produto que todos podem pensar, mas não conseguiram fazer. Nossa equipe tem trabalhado duro por cinco anos e nunca desistiu”, disse o diretor executivo da Huawei, Richard Yu, durante o evento de lançamento.
A pré-venda do telefone começou no sábado e acumulou mais de 4 milhões de encomendas, de acordo com o site da empresa.
A cifra já supera o total de vendas de todo o mercado global de telefones dobráveis no segundo trimestre, que chegou a cerca de 4 milhões de unidades vendidas entre abril e junho, de acordo com a empresa de pesquisa IDC.
As vendas do novo telefone chinês em lojas devem ter início em 20 de setembro — o mesmo dia em que o novo iPhone deve chegar nas lojas, inclusive na China.
iPhone 16 vs o rival da China
Na tarde de ontem, a Apple anunciou que o iPhone 16 custará entre US$ 800 (tamanho padrão) e US$ 900 (Plus), enquanto as versões Pro e Por Max custam a partir de US$ 999. Ainda não há informações sobre preços no Brasil.
As pré-encomendas da nova linha da Apple estão programadas para começar na próxima sexta-feira (13), e as vendas na loja em 20 de setembro.
O primeiro conjunto de recursos de inteligência artificial da Apple estará disponível em uma atualização de software gratuita no mês que vem. Usuários do iPhone 16, iPhone 15 Pro e Pro Max poderão usar as novas funções.
No entanto, a Apple ainda não anunciou um parceiro de IA na China para equipar o software de IA da empresa por lá — que inclusive só terá o mandarim como uma das opções de linguagem disponíveis a partir do ano que vem.
É importante destacar que o rival Mate XT da Huawei também chega ao mercado com recursos de inteligência artificial, como tradução de texto e geração de conteúdo baseado em nuvem.
“Passamos cinco anos nos esforçando para isso”, disse Richard Yu, diretor executivo da Huawei e presidente do conselho de diretores do grupo de negócios de consumo. Isso de acordo com uma tradução do mandarim feita pela CNBC.
O Mate XT terá duas opções de cor, vermelho e preto, e três opções de armazenamento. Já os preços variam de 19.999 yuans (cerca de US$ 2.809) a 23.999 yuans (US$ 3.371).
Com uma tela de 10,2 polegadas, o celular da Huawei poderá exibir os conteúdos em uma tela única, dupla ou tripla.
A briga entre a Apple e a Huawei na China
Há algum tempo, a Huawei vem ganhando força como uma das principais ameaças da Apple na China — seu maior mercado endereçável — devido à sua crescente popularidade da big tech chinesa de baixo custo entre os chineses.
Considerada o maior player mundial de smartphones em volume de vendas em 2020 e detentora do título de única grande concorrente da Apple na China quando se tratava de dispositivos de última geração, a Huawei acabou por perder competitividade naquele mesmo ano por conta de sanções impostas pelos EUA.
Isso porque, em 2019 e 2020, o governo norte-americano impôs inúmeras sanções à Huawei que a isolaram dos chips e da tecnologia necessários para a conectividade 5G.
As sanções, que também restringiram o acesso da Huawei ao software do Google, paralisaram efetivamente o negócio de telefonia móvel da gigante tecnológica chinesa.
Tudo isso levou os clientes a migrarem para os iPhones.
No entanto, no ano passado, a companhia asiática passou a dar sinais de renascimento e adicionou pressão à Apple com o lançamento de dispositivos com conectividade 5G apesar das barreiras impostas pelos Estados Unidos.
Em meio à recuperação da Huawei, a Apple perdeu lugar na lista dos cinco maiores fornecedores de smartphones na China no segundo trimestre deste ano, de acordo com a Canalys. Esta foi a primeira vez que os players asiáticos ocuparam todo o pódio, inclusive.
A Huawei ficou em quarto lugar em participação de mercado, com 10,6 milhões de smartphones vendidos, de acordo com o levantamento.
*Com informações da Reuters e da CNBC.
Fonte: SeuDinheiro
