A expectativa para os resultados da Casa Bahia no primeiro trimestre de 2024 não era alta. O mercado previu números fracos, refletindo o período de reestruturação e ajustes na varejista, que recentemente anunciou a aprovação de um plano de recuperação extrajudicial.

Entre janeiro e março deste ano, a Casas Bahia registrou prejuízo líquido de R$ 261 milhões — um resultado que reduz as perdas em 12,2% na comparação anual.

A expectativa era de que a varejista registrasse um prejuízo líquido de R$ 375 milhões, segundo a média das projeções compiladas pela Bloomberg. 

Confira os outros números da companhia no primeiro trimestre de 2024 e o que era esperado pelos analistas, segundo as projeções da Bloomberg:

  • Receita líquida: R$ 6,347 bilhões, queda de 13,7%, versus estimativa de R$ 6,69 bilhões;
  • Ebitda ajustado: R$ 387 milhões, queda de 42,6%, versus estimativa de R$ 507,5 milhões.
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Outros números da Casas Bahia

Embora a receita líquida tenha recuado 13,7% em termos anuais, a Casas Bahia registrou uma redução de 7,5% nas despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) — as despesas com pessoal caíram 14,6% em relação ao mesmo período de 2023.

A queda de receita, no entanto, não é uma surpresa. No plano de recuperação de resultados, a Casas Bahia já havia dito que voltaria ao básico: categorias de bens duráveis nas quais é especialista, saindo de produtos de baixo valor agregado que traziam custos de estoque, sem contribuir com as margens.

Com a nova estratégia, a margem bruta da empresa ficou em 30%, uma queda de 1,5 ponto porcentual (pp) em relação ao mesmo período de 2023, mas com alta na comparação com os 27% do trimestre imediatamente anterior.

A última linha do balanço reflete em parte uma melhora do resultado financeiro, ainda negativo, mas passando de R$ 827 milhões para R$ 486 milhões.

O resultado do primeiro trimestre da Casas Bahia vem na esteira de uma recuperação judicial, anunciada no fim de abril e que animou o mercado — no pregão seguinte, a varejista disparou mais de 30%. 

A euforia teve motivo: o acordo com credores permitirá o alongamento do prazo de vencimento de dívidas que somam R$ 4,1 bilhões. A cifra diz respeito aos débitos relacionados às 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures da varejista, além das CCBs que ela tem com o Bradesco e o Banco do Brasil

Com a renegociação, o prazo passa de 22 meses para 72 meses — dando fôlego para a companhia aproveitar as oportunidades de negócios e ainda antecipar alavancas do plano de transformação operacional, segundo o CEO Renato Franklin.

Fonte: SeuDinheiro

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