O balanço do segundo trimestre de 2024 do Bradesco (BBDC4) não apenas colocou fim a um jejum de sucessivos resultados negativos, como também projetou um futuro promissor para um dos maiores bancos brasileiros.
Esse conjunto de fatores fez o maior rival histórico do Bradesco — o Itaú Unibanco (ITUB4), por meio do Itaú BBA — entender que chegou a hora do banco na bolsa.
Assim, os analistas do Itaú elevaram a recomendação das ações do Bradesco (BBDC4) para outperform (equivalente a compra), com preço-alvo em R$ 16,50 para o final de 2025 — o que representa um potencial de alta de pouco mais de 20%, de acordo com as cotações do fechamento da última segunda-feira (5).
Vale destacar que ontem foi um dia de fortes perdas para os mercados nacional e internacional. Ainda assim, as ações BBDC4 encerraram o pregão em forte alta de 7,59% – enquanto os papéis BBDC3 avançavam 8,30%.
“A proposta de valor está sendo simplificada, tornando o banco mais maduro para capturar os benefícios de um melhor ciclo de crédito ao consumidor”, escrevem os analistas do Itaú BBA, em relatório.
Bradesco (BBDC4) em busca da rentabilidade
Segundo os analistas, essa é a primeira vez em alguns anos que a avaliação do banco foi elevada. Isso porque a perspectiva é de que o segundo semestre de 2024 traga um crescimento contínuo dos lucros, aumentando ainda mais a credibilidade da gestão.
Ontem, o CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, fez um encontro com jornalistas para explicar um pouco mais do novo modelo de gestão de lideranças. Um dos pontos destacados foi o estabelecimento de uma meta de desempenho, o que foi visto como positivo pelos analistas do BTG Pactual.
Com isso, a expectativa do Itaú BBA é de que o retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) atinja o patamar de15% em 2026. No mais recente balanço, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) ficou em 10,8%.
Recuperação do crédito
Além disso, o cenário macroeconômico pela frente deve ser favorável, o que, entre outras coisas, ajudará o Bradesco a ofertar crédito para clientes mais arriscados.
Porém, como o próprio nome já diz, há um risco de que isso crie um aumento na inadimplência. Mas os analistas do Itaú afirmam que esse não é o cenário base, tendo em vista que há uma baixa taxa de desemprego e um crescimento contínuo da massa salarial.
Do mesmo modo, o banco deve ser favorecido com a recuperação dos créditos do caso Lojas Americanas — algo entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão — que pode ser usado para dar mais robustez aos lucros.
Fonte: SeuDinheiro