A aquisição da rival Avon tinha tudo para ser uma tacada de mestre para a Natura (NTCO3). Mas o negócio vem se revelando a cada dia uma cilada para a empresa brasileira de cosméticos.
Pois agora a Natura agora vai precisar lidar com mais um desafio relacionado à aquisição. Isso porque a Avon Products, subsidiária da marca nos Estados Unidos, entrou com um pedido de recuperação judicial (Chapter 11).
Por outro lado, o processo pode ajudar a resolver de vez o enorme problema que se tornou a operação norte-americana da Avon, de acordo com analistas. Em particular, os processos que a unidade sofre pelo suposto uso de amianto em produtos.
“Makeover” terá empréstimo e aquisição de operações
Principal credora da subsidiária, a Natura informou que apoia o processo de recuperação e continua acreditando no potencial da marca Avon.
De todo modo, o “makeover” terá impacto no caixa da empresa brasileira, que se comprometeu com um financiamento de US$ 43 milhões (R$ 236 milhões) à unidade norte-americana.
Além disso, a Natura pretende fazer uma oferta de US$ 125 milhões pelas operações da Avon fora dos EUA. A empresa pretende usar créditos contra a subsidiária nessa operação, que terá supervisão da corte judicial norte-americana.
Vale lembrar que a Natura já avaliava a separação dos negócios da Avon. Mas agora o grupo vai suspender os estudos até a conclusão da recuperação da subsidiária da marca.
Ainda de acordo com a empresa brasileira, o processo da Avon não traz impactos às operações fora dos EUA. Isso inclui a América Latina, onde a marca tem distribuição da Natura.
A subsidiária norte-americana da Avon se tornou uma dor de cabeça ainda maior para a Natura a partir de 2022. Foi quando a unidade sofreu uma condenação na Justiça em um pedido de reparação de mais de US$ 40 milhões após consumidores constatarem que produtos continham amianto.
Ainda que a fórmula oficial não contenha a substância, a alegação foi a de que os produtos em pó que continham talco podem ter sido contaminados durante os processos de formação e mineração. De acordo com a companhia, os produtos deixaram de ser vendidos em 2016.
Para os analistas do JP Morgan, o pedido de “Chapter 11” da Avon Products é um um passo relevante em direção a uma solução desse caso, que vem drenando recursos do caixa da companhia.
Por fim, os analistas lembram todos os processos pertencem a operações legadas da Avon nos EUA, que nunca fizeram parte da Natura.
Fonte: SeuDinheiro