Em meio à briga com o Supremo Tribunal Federal, Elon Musk segue publicando no X (ex-Twitter) – apesar de os brasileiros não poderem mais acompanhar as postagens. E dessa vez, o bilionário usou a rede social para dar mais um sinal de querer que a Tesla avance na corrida pela inteligência artificial (IA).

O bilionário afirmou nesta quinta-feira (5) que a fabricante de carros elétricos irá lançar o sistema de condução autônoma na Europa e na China no primeiro trimestre de 2025.

De acordo com informações da CNBC, o CEO da Tesla afirmou por meio da plataforma que o chamado Full-Self Driving (FSD) ainda precisa da aprovação regulatória nos territórios. No entanto, Musk prevê que a liberação seja realizada até o final de 2024.

O sistema FSD é uma atualização do assistente de motorista automático, o Autopilot, da Tesla, que já está disponível na Europa e na China. 

Durante alguns anos, a fabricante chegou a oferecer uma versão limitada do software Full-Self Driving no país asiático.

Apesar do nome, o produto não é capaz de tornar um veículo completamente autônomo. Assim, os automóveis ainda vão exigir que exista um motorista atrás do volante, que deverá se manter atento ao trânsito e, ocasionalmente, assumir o controle da direção.

O novo produto da Tesla será um recurso adicional que será disponibilizado para os clientes da montadora que paguem pelo serviço FSD.

E não foram só os amantes de carros que gostaram da novidade. Após o anúncio do lançamento do sistema na Europa e na China, as ações da Tesla passaram a subir 6,92%, em Nova York, por volta de 11h25.

Tesla e IA: Uma relação de longa data 

O bilionário e CEO da Tesla vem demonstrando suas ambições para a fabricante de veículos há alguns anos quando o assunto é inteligência artificial (IA). 

Desde 2016, Elon Musk promete aos acionistas que a Tesla entregaria uma tecnologia capaz de fazer os carros dirigirem completamente sozinhos.

Além disso, durante a disputa com a OpenAI, a criadora do ChatGPT revelou que Elon Musk queria fundar a então startup com a Tesla. Na época, o objetivo do bilionário era gerar uma IA geral dentro da empresa.

Até agora, a empresa não conseguiu cumprir os compromissos com os investidores devido a limitações técnicas e regulatórias.

Outro obstáculo para alcançar as metas sobre desenvolvimento de inteligência artificial é a participação de Musk na companhia. 

Em janeiro deste ano, ele chegou a afirmar que se sente desconfortável em avançar no desenvolvimento de IA na Tesla “sem ter 25% de controle de voto”. Segundo o bilionário, a participação seria “suficiente para ser influente, mas não tanto que não possa ser derrubado”.

Mesmo com as ressalvas do CEO, a montadora norte-americana vem investindo no FSD como um pilar na estratégia de avanço na corrida de IA e da tecnologia de direção autônoma.

Além disso, a empresa planeja outros lançamentos nos próximos meses, como o modelo Cybertruck incorporado do sistema FSD, que tem previsão de lançamento entre setembro e outubro de 2024.

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Apesar de ser uma promessa de Elon Musk desde 2016, o avanço da tecnologia de direção automática da Tesla enfrenta uma série de problemas que já levou a empresa a fazer um recall de 2 milhões de veículos no ano passado.

Na época, a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA) vinha investigando a Tesla devido a 956 acidentes envolvendo carros da fabricante quando o piloto automático estava supostamente em uso.

Em agosto de 2023, a investigação foi finalizada e revelou que o uso indevido do sistema de piloto automático resultou em 13 mortes e dezenas de acidentes. 

Com a conclusão da análise, a montadora recolheu os automóveis para instalar novas proteções e corrigir o problema no piloto automático em dezembro de 2023.

Na época, a NHTSA apontou que o Autopilot pode não detectar corretamente se o motorista está prestando atenção.

Após o recall, um levantamento de 30 marcas automotivas revelou que a empresa do bilionário liderou o ranking de acidentes nos Estados Unidos em 2023.

Já em abril deste ano, a Tesla voltou a ficar na mira do órgão. Segundo a NHTSA, o recall pode não ter resolvido o problema do software, já que novos acidentes ocorreram desde então.

*Com informações do Estadão Conteúdo, CNBC, CNN e Olhar Digital

Fonte: SeuDinheiro

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