A Hapvida (HAPV3) enviou um documento à CVM na noite do último domingo (1º) anunciando a conclusão da integração com a NotreDame Intermédica, formando o maior ecossistema de saúde da América Latina.

“A conclusão do processo de integração é um marco histórico na construção de uma das maiores operadoras de saúde do mundo, de medicina verticalizada e integrada, e é resultado de um trabalho iniciado há cerca de três anos”, diz o documento.

Ao longo deste ano, a Hapvida informa que cerca de 400 unidades assistenciais e administrativas foram integradas e mais de 6 milhões de beneficiários foram migrados.

Além disso, mais de 10 mil prestadores de serviços também foram incorporados e cerca de 20 mil trabalhadores foram treinados. 

Voltando alguns passos, o acordo de fusão entre a Hapvida e o Grupo NotreDame Intermédica foi anunciado em fevereiro de 2021, resultando na criação de uma empresa avaliada em aproximadamente R$ 110 bilhões com cerca de 15 milhões de beneficiários.

As projeções apontavam para um Ebitda (medida utilizada pelo mercado para avaliar a geração de caixa de uma empresa) de R$ 1,38 bilhão ao longo dos três anos seguintes, decorrentes da redução de custos e otimização das operações.

Ainda que o anúncio seja positivo, o mesmo não pode ser dito do desempenho da Hapvida na bolsa brasileira.

No acumulado do ano, as ações HAPV3 recuam 38,5%, de acordo com o Tradingview. Nos últimos 12 meses, a queda se aproxima dos 40% em relação ao fechamento da última sexta-feira (30).

Veja os resultados do terceiro trimestre da Hapvida (HAPV3): 

Indicador 3T24 (R$) Variação Anual (a/a)
Lucro Líquido Ajustado 324,5 milhões 24,30%
Receita Líquida 7,337 bilhões 6,60%
EBITDA Ajustado 762,6 milhões 2,80%
Fonte: Balanço da Hapvida

Hapvida (HAPV3): balanço desagradável?

Os analistas do setor de saúde observaram com preocupação a sinistralidade do caixa da Hapvida.

Apesar da melhora de 1,5 ponto percentual em comparação ao mesmo período de 2023, atingindo 70,4%, houve um aumento de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

Nas operadoras de saúde, a sinistralidade é um indicador utilizado para representar a proporção dos custos assistenciais (como exames, consultas, internações e outros procedimentos) em relação à receita obtida com as mensalidades pagas pelos beneficiários.

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Em termos práticos, é a porcentagem do dinheiro recebido pela operadora de saúde que é usada diretamente para cobrir despesas médicas e hospitalares dos beneficiários.

Segundo a operadora de saúde, os resultados foram influenciados por fatores como a demanda sazonal, a seca prolongada e as variações climáticas, que aumentaram a procura por atendimento médico. Teve também o adiamento de procedimentos eletivos no segundo trimestre, em decorrência do surto de dengue, que impactou os resultados do período.

Fonte: SeuDinheiro

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