A Embraer (EMBR3) está um passo mais próxima de conseguir a expansão da sua fábrica para seus “carros voadores” no Brasil. A subsidiária Eve Air Mobility anunciou na manhã desta terça-feira (15) um financiamento de R$ 500 milhões com o BNDES.

O montante será usado para o desenvolvimento da unidade de produção da aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical — mais conhecida pela sigla eVTOL — localizada em Taubaté, no estado de São Paulo. 

“Este financiamento será fundamental para a instalação de nossa unidade de produção do eVTOL, que não apenas será a primeira do gênero no Brasil, mas também alimentada por energia limpa e renovável”, disse o CEO da Eve, Johann Bordais, em nota.

As ações da Eve já perderam mais da metade do valor em Wall Street desde o início do ano, com perdas acumuladas da ordem de 55% na bolsa de valores de Nova York (NYSE) em 2024.

Por sua vez, a Embraer (EMBR3) mais do que dobrou de preço na B3 desde janeiro, com ganhos de 106% no período.

Segundo o comunicado, o novo acordo de financiamento com o BNDES é estruturado por meio de subcréditos de fontes nacionais e internacionais, incluindo os fundos em moeda estrangeira do banco, com um prazo de 16 anos. A Embraer não revela a taxa de juros do empréstimo.

Segundo o diretor financeiro (CFO) da Eve, Eduardo Couto, o negócio fortalece a posição de caixa da companhia, uma vez que adiciona um “financiamento de longo prazo alinhado ao perfil da empresa”. 

“À medida que avançamos em nossos esforços de desenvolvimento do programa e fabricação do eVTOL, nosso foco permanece em entregar valor de longo prazo para nossos acionistas, com uma estrutura de capital ideal incluindo ações e dívidas”, afirmou Couto.

O novo financiamento acontece sob o guarda-chuva do programa BNDES Mais Inovação, que busca apoiar os avanços da Eve na promoção da indústria de mobilidade aérea urbana (UAM) e da descarbonização na aviação.

“O BNDES tem o instrumento necessário para conferir competitividade internacional às empresas nacionais, que é o Programa BNDES Mais Inovação, que já aprovou R$ 8 bilhões em créditos desde 2023”, disse o presidente da instituição, Aloizio Mercadante.

Esta não é a primeira vez que o BNDES “empresta” dinheiro para a fabricante de carros voadores da Embraer.

A parceria entre Eve e banco foi iniciada em 2022, com a aprovação de uma linha de crédito de R$ 490 milhões para apoiar o programa de desenvolvimento do eVTOL da Eve. 

Os “carros voadores” da Embraer (EMBR3)

A Eve, controlada da Embraer, estreou na bolsa de valores de Nova York (NYSE) em 2022. 

Atualmente, a empresa possui a maior carteira de pedidos firmes (backlog) do setor, com cartas de intenção para cerca de 2,9 mil eVTOLs de 30 clientes em 13 países. 

Considerando todas as encomendas, a companhia projeta um potencial de US$ 14,5 bilhões em receita com o “carro voador”. 

O objetivo da nova aeronave da Eve — que é movida a bateria e pode decolar e pousar verticalmente — é o transporte de passageiros em viagens curtas pela cidade, permitindo que eles evitem o trânsito.

Além de exibir pela primeira vez o protótipo em escala real da aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical em julho, a empresa selecionou todos os principais fornecedores de seu eVTOL. 

A Eve prevê atingir uma produção total esperada de até 480 aeronaves por ano — e a expansão da capacidade de produção da fábrica é fundamental para isso.

A expectativa é realizar o aumento em uma base modular, em quatro fases de 120 aeronaves cada. Segundo a companhia, isto proporcionará uma” metodologia de investimento disciplinada e eficiente em termos de capital à medida que o mercado cresce”.

A companhia espera pilotar o protótipo até o final deste ano ou no início de 2025. A expectativa é que o “táxi voador” chegue ao mercado em 2026 após a conclusão do processo de certificação.

Fonte: SeuDinheiro

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