Nas últimas semanas, a JBS (JBSS3) já vinha servindo um verdadeiro banquete aos investidores na B3 depois que as ações acumularam forte alta no ano. Agora, o mercado reage de forma positiva ao novo guidance (projeção) divulgado ontem e que mostra a gigante de alimentos com fome para crescer.

As novas estimativas de receita e Ebitda fazem com que os papéis JBSS3 operem entre as maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira (17).

Por volta das 13h02, as ações subiam 2,77%, a R$ 34,52. No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,37%, aos 134.548,61 pontos. No ano, a JBS acumula alta de quase 40% na B3.

A reação positiva ao novo guidance também vem acompanhada de novas projeções do Goldman Sachs, BTG Pactual e Santander, que elevaram o preço alvo para JBSS3. 

O novo guidance da JBS

De acordo com o novo guidance, a JBS (JBSS3) estima que registrará uma receita líquida de pouco mais de R$ 409 bilhões para 2024, o que representaria uma alta de 12% em relação ao ano anterior.

Já a projeção para o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado vai de R$ 33,4 a R$ 36,2 bilhões. Ou seja, se concretizado a expectativa, a companhia deve apresentar uma alta de ao menos 95% na comparação com 2023.

BTG: Números atrativos reforçam a JBS (JBSS3) como a favorita

Embora inesperado, o novo guidance foi uma surpresa positiva, principalmente em relação à nova projeção de Ebitda, na visão dos analistas do BTG Pactual. “Isso indica que a JBS antecipa um segundo semestre particularmente forte do ano”, afirmam. 

“Com base em nosso modelo atual, a JBS está sendo negociada a um rendimento de FCF [fluxo de caixa livre] de 12% para 2024. No entanto, ajustando a orientação da empresa, o rendimento de FCF sobe para 12,6% na extremidade inferior, 13,8% no ponto médio e 15,1% na extremidade superior”, diz o banco de investimentos. 

Para o BTG, os números são altamente atraentes e reforçam a expectativa de que o forte impulso de lucros da JBS deve persistir por pelo menos mais alguns trimestres. 

Diante desse cenário, a ação da JBS continua sendo a favorita do banco no setor de alimentos, que mantém a recomendação de compra para os papéis. Já para Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3), a recomendação ainda é neutra. 

Santander: revisão do preço-alvo e novas projeções

Os analistas do Santander também reforçaram a recomendação outperform, equivalente a compra, para os papéis da JBS. Na visão do banco, o novo guidance confirma um forte impulso de lucros devido aos preços mais baixos de commodities, depreciação do real e o aumento no fornecimento de proteína em meio a um cenário de forte consumo.

O Santander também elevou o preço-alvo para as ações JBSS3 de R$ 45 para 49 — o equivalente a uma alta de 46% em relação ao fechamento anterior. 

“Estamos aumentando nossas estimativas de Ebtida em aproximadamente 10% para R$ 34,4 bilhões, 7% acima do consenso, enquanto aumentamos nosso fluxo de caixa livre para o patrimônio líquido estimado em 25% para R$ 10,5 bilhões, indicando que a JBS está agora negociando com um rendimento atrativo de 14% do FCFE para 2024”, afirma o banco. 

Goldman Sachs recomenda compra das ações, mas aponta riscos

Os analistas do Goldman Sachs elevaram o preço-alvo de R$ 39,90 para R$ 40,30, motivados pela expectativa de um Ebitda mais alto. O potencial de valorização representa uma alta de 20% em relação ao preço da ação no fechamento anterior (R$ 33,59). Os analistas também mantiveram recomendação de compra para os papéis da JBS. 

Na visão do banco, no entanto, ainda existem alguns riscos para as ações. Entre eles, a volatilidade cambial; queda cíclica mais longa do que o esperado nos Estados Unidos; deterioração macroeconômica e demanda global mais fraca do que o esperado por proteína; e concorrência dentro do Brasil em alimentos processados. 

Fonte: SeuDinheiro

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