Os acionistas da Klabin (KLBN11) receberam um motivo para celebrar nesta segunda-feira (4) chuvosa: um balanço mais forte que o esperado pelos analistas no terceiro trimestre de 2024.

O lucro líquido da gigante de papel e celulose chegou a R$ 729 milhões entre julho e setembro. Isso significa que o montante praticamente triplicou em relação ao mesmo período de 2023, com uma alta de 197,5% em base anual.

A reação inicial ao resultado do 3T24 foi tímida, mas positiva. As units da Klabin (KLBN11) iniciaram o pregão em alta de 0,86% por volta das 10h27, negociadas a R$ 21,20. No ano, os papéis acumulam valorização da ordem de 7% na B3.

Veja outros destaques do balanço da Klabin no 3T24:

A receita líquida total da Klabin (KLBN11) chegou a R$ 4,99 bilhões entre julho e setembro, avanço de 14% em relação a igual intervalo do ano passado. 

Segundo a empresa, o desempenho reflete o aumento de preço da celulose em todas as fibras e de “containerboard”, além do crescimento no volume de vendas de papéis e embalagens e a valorização do dólar sobre as exportações no período. 

A companhia ainda alcançou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado — indicador usado para mensurar a capacidade de geração de caixa de uma empresa — de R$ 1,8 bilhão, aumento de 33% na base anual.

MUDANÇAS NO ALTO ESCALÃO

Confira outras linhas do balanço do 3T24:

  • Fluxo de caixa livre (FCF): R$ 485 milhões, revertendo a queima de R$ 237 milhões no 3T23;
  • Endividamento líquido: R$ 29,5 bilhões, +41% a/a;
  • Alavancagem (em reais): 4,1 vezes, +0,7 vez a/a;
  • Custo caixa total por tonelada: R$ 3.091, +4% a/a;
  • Investimentos: R$ 767 milhões, -30% a/a.

O volume total de vendas, excluindo madeira, teve leve retração de 3% no comparativo anual, a 938 mil toneladas. O desempenho foi impulsionado pelo segmento de papéis, que teve aumento de 25% nas vendas de papel-cartão e de 31% em “containerboard”.

Para o BTG Pactual, o balanço da Klabin foi resiliente e superou as expectativas mais conservadoras do banco, com uma forte geração de fluxo de caixa livre apoiada pelo efeito positivo do capital de giro.

O fluxo de caixa livre ajustado da companhia no trimestre, que desconsidera fatores discricionários e projetos de expansão, foi de R$ 1,14 bilhão. Com isso, o rendimento de FCF ajustado (yield) foi de 12,7% nos últimos doze meses.

“Olhando para o futuro, com o aumento de caixa de R$ 1,8 bilhão do Projeto Plateau e a nova política de dividendos, esperamos que a alavancagem diminua gradualmente”, projetou o banco. 

Na visão dos analistas, a Klabin é uma empresa bem administrada, de baixa volatilidade e crescimento diversificado, oferecendo um porto seguro, principalmente em um cenário de real mais fraco. 

“Agora vemos a empresa mais comprometida com os esforços de desalavancagem, a fim de sustentar um balanço patrimonial mais saudável”, disse o BTG.

Vale lembrar que a Klabin anunciou na semana passada novas políticas de dividendos e de endividamento.

Agora, a companhia estipula como limite de endividamento durante ciclos de investimento um múltiplo de alavancagem de 3,9 vezes por um período de 12 meses. Já do lado dos proventos, o novo plano reduziu os valores distribuídos aos investidores para uma faixa de 10% a 20% do Ebitda ajustado. 

Para os analistas, a Klabin ainda é uma boa pedida para manter a exposição ao dólar. Nas contas do banco, a cada 10% de depreciação do real frente à divisa norte-americana, o Ebitda da produtora de papel e celulose deve registrar um impacto positivo de 13%.

Na avaliação do BTG Pactual, a Klabin está preparada para se beneficiar de ventos favoráveis ​​na maioria de suas unidades de negócios no curto prazo — o que deve gerar um impulso de lucros “decente” nos próximos trimestres. 

Segundo os analistas, o mercado ainda não colocou na conta das projeções para a Klabin o potencial crescimento de resultados — especialmente do lado das tendências positivas para “kraftliner” e papelão ondulado, diante do avanço dos projetos Puma II e Figueira.

Apesar das perspectivas otimistas, o BTG avalia que ainda não é hora de comprar Klabin. O banco possui recomendação neutra para KLBN11 devido ao valuation mais premium em relação aos pares setoriais regionais. Hoje, a empresa é avaliada a um múltiplo de 7 vezes a relação entre valor de firma e Ebitda de 2025.

Fonte: SeuDinheiro

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