Enquanto o mercado brasileiro acompanha os desdobramentos da crise da Azul (AZUL4), outra companhia aérea ganhou os holofotes nesta sexta-feira (4).

A Spirit Airlines (SAVE), companhia aérea low cost dos Estados Unidos, está em negociações com credores sobre os termos de uma possível recuperação judicial, segundo o Wall Street Journal.

As notícias sobre a crise causaram uma turbulência nas ações da Spirit. Por volta das 15h20 (horário de Brasília), os papéis da low cost despencavam mais de 27% na Bolsa de Nova York, a Nyse, a US$ 1,62. No pré-mercado, as ações chegaram a cair quase 40%. 

Segundo o jornal americano, a Spirit Airlines também estuda a possibilidade de reestruturar uma recuperação extrajudicial, ou seja, negociar as dívidas diretamente com credores.

No entanto, a opção mais viável seria um acordo com os detentores de títulos e outros credores para um possível processo dentro do capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA.

Nesse mecanismo, a Justiça americana pode suspender a execução de dívidas e permitir que a empresa proponha um plano de reestruturação financeira para continuar operando. 

A crise da Spirit Airlines

Com prejuízos e queda na receita desde antes da pandemia de covid-19, a Spirit Airlines possui dívidas estimadas em US$ 3,06 bilhões (R$ 16 bilhões) com arrendadores financeiros. 

Além da dívida, a companhia aérea tem mais US$ 1,1 bilhão (R$ 6 milhões) em títulos garantidos que estão próximos do vencimento. 

A Spirit faz parte do grupo de companhias aéreas low cost que não conseguiram se recuperar mesmo com a retomada de viagens após a pandemia. 

Em seus últimos resultados financeiros, a empresa citou uma “intensa batalha competitiva”, com “viajantes mais sensíveis aos preços” das passagens, e o excesso de oferta no mercado doméstico. 

Somado à crise, o recall de centenas de turbinas Pratt & Whitney, usadas nos aviões da companhia, resultou na paralisação de parte da frota em 2024 e impactou no seu crescimento. Cerca de 186 pilotos foram colocados em licença na tentativa da empresa de reduzir custos.

Em março deste ano, a Spirit Airlines e a JetBlue, outra companhia low cost americana, rescindiram um acordo de fusão avaliado em US$ 3,8 bilhões (R$ 20,7 bilhões). 

O acordo foi barrado pela Justiça dos EUA por questões regulatórias e de concorrência no setor aéreo. A JetBlue concordou em pagar à Spirit cerca de US$ 69 milhões (R$ 377 milhões) em dinheiro para cobrir os custos da rescisão do contrato.

A tentativa da companhia de comprar a rival durou dois anos. Inicialmente, a Spirit estudava uma fusão com a Frontier Airlines, até chegar a um acordo final com a JetBlue. Com o fracasso da fusão, as ações da Spirit acumulam queda de 85% desde o início do ano.

Fonte: SeuDinheiro

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