Após a divulgação dos prejuízo do segundo trimestre de 2024 da Petrobras (PETR4), participantes do mercado vêm enxergando agora espaço para a distribuição de dividendos extraordinários para a empresa. Nesta segunda-feira (26), o banco norte-americano Morgan Stanley se uniu às projeções positivas para os próximos trimestres.

A instituição alterou a recomendação dos American Depositary Receipts (ADRs) da petroleira, elevando o papel de “neutro” para “compra”.

Além disso, o Morgan Stanley revisou o preço-alvo dos ADRs da Petrobras de US$ 18 para US$ 20. A projeção indica alta de 39% em relação ao fechamento da última sexta-feira (23).

O Morgan Stanley avalia que a Petrobras continua, “para o bem e para o mal”, centrada na remuneração dos acionistas.

Os analistas calculam que a empresa pode distribuir cerca de US$ 7 bilhões a seus sócios até 2025. De acordo com a avaliação da instituição, a ação pode somar um retorno de 60%, considerando os proventos.

A revisão positiva do Morgan Stanley animou o mercado. Por volta de 13h40 (horário de Brasília), as ações da Petrobras subiam 6,86%. A petroleira desponta como a maior alta do dia na bolsa brasileira, que luta para sustentar os 136 mil pontos hoje.

Os resultados da Petrobras no segundo trimestre deste ano decepcionaram. A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 2,605 bilhões, revertendo um lucro líquido de R$ 28,782 bilhões do mesmo período do ano anterior.

A estatal ainda registrou aumento dos investimentos entre abril e junho em 4,7%, de R$ 3,4 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

No entanto, os analistas do banco Morgan Stanley parecem não se assustar com o resultado. De acordo com o banco, “um período forte está por vir para a Petrobras após lidar com dificuldades em 2024”.

O banco entende que as alterações em cargos executivos, incluindo a nomeação de um novo CEO em junho, adicionaram pressão nas ações, que apresentam queda de 17% no último ano.

A posse de Magda Chambriard pôs fim às mudanças internas na Petrobras. Assim, “o nível do barulho deve diminuir gradualmente, o que deve remover parte da volatilidade”, afirmou Bruno Montanari, analista do banco.

O Morgan Stanley também chama a atenção para os pronunciamentos da nova equipe executiva da estatal. Segundo a instituição, a nova gestão demonstra continuidade de estratégia, com planos de aumento de investimentos responsáveis.

Além disso, há a possibilidade de distribuição de dividendos “desde que haja disponibilidade de caixa”. A instituição avalia que a estatal possui o espaço necessário para a aplicação dos planos de investimento sem prejudicar os pagamentos aos acionistas.

“Acreditamos firmemente que a Petrobras possui os melhores ativos petrolíferos offshore do setor, com produtividade de poço incomparável e baixos custos de Capex [investimento] e de produção”, afirmou o banco em documento. 

“Prevemos um rendimento do FCF (fluxo de caixa livre) de 22% em 2024 e 23% em 2025, excedendo em muito as principais empresas de petróleo, com uma média de 7% em 2024 e 11% em 2025”.

*Com informações do Money Times e Investing.com

Fonte: SeuDinheiro

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