A eleição de Donald Trump é o evento que mexe com os mercados nesta quarta-feira (6). Enquanto os índices de Nova York estão em suas máximas históricas e o Ibovespa e o dólar caíam por volta das 14h50, a Gerdau (GGBR4) parecia ignorar as comoções da bolsa local e subia mais de 7,96%, negociada a R$ 19,66.

Há dois principais motivos para a Gerdau ser a queridinha dos mercados hoje. O primeiro deles diz é o balanço, publicado na manhã desta quarta-feira.

Os resultados da mineradora foram mais fortes do que as estimativas do Itaú BBA , segundo um relatório recente do banco, que avalia a ação como outperform, o equivalente a compra.

O destaque ficou para o Ebitda ajustado, medida utilizada pelo mercado financeiro para avaliar a geração de caixa de uma empresa, que atingiu os R$ 3 bilhões com um aumento de quase 15% na comparação trimestral.

O relatório do banco brasileiro ainda aponta que o Ebitda na América do Norte caiu 17% em relação ao trimestre anterior, impactado por custos mais altos. Mesmo a depreciação do real no trimestre, que tende a impulsionar as exportações, foi compensada com ampla margem pela queda dos preços do aço, em dólares.

Mas são os analistas do BTG Pactual que enxergam um futuro promissor com Trump à frente da presidência dos Estados Unidos.

Veja algumas linhas do balanço:

Indicador 3T24 Var%(t/t) Var%(a/a)
Lucro Líquido Ajustado R$ 1,432 bilhão 51,5% -10%
Receita Líquida R$ 17,378 bilhões 4,6% 1,8%
Ebitda Ajustado R$ 3,016 bilhões 14,9% -10%
Margem Ebitda Ajustada 17,4% 1,6 p.p. -2,3 p.p.
Fonte: Balanço Gerdau (CVM)

Gerdau se beneficia de políticas de Trump

Na visão dos analistas, a Gerdau já se posiciona de forma clara com um bom desempenho. As margens Ebitda estão em 17% e os esforços de redução nos custos já mostraram resultados “impressionantes”, diz o BTG, em relatório. O banco recomenda a compra das ações.

Com a geração de caixa mais forte, a expectativa é de que os retornos também cresçam no futuro. Vale ressaltar que a divisão da América do Norte da Gerdau correspondeu a 38% do resultado neste trimestre.

“O primeiro mandato de Trump definitivamente contribuiu para elevar a margen Ebitda da Gerdau nos EUA, de níveis medíocres, entre 7% e 10%, para algo acima de 20%”, dizem os analistas.

Trump já afirmou que pretende fortalecer o mercado interno, o que poderia elevar as tarifas de importação e reduzir as negociações indiretas de aço. Impostos mais baixos e o real mais fraco frente ao dólar tendem a ser positivos para a Gerdau.

Para o analista da Empiricus,  Henrique Cavalcante, com as políticas comerciais protecionistas e uma história de apoio ao setor siderúrgico, a expectativa é que os números melhorem na operação da América do Norte. A casa de análise também recomenda a compra dos papéis da Gerdau.

Fonte: SeuDinheiro

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