A Novo Nordisk (N1VO34) ficou mais magra no segundo trimestre de 2024. A fabricante de canetas emagrecedoras, como o Ozempic, divulgou o balanço do primeiro semestre do ano nesta quarta-feira (07) e os resultados ficaram abaixo do esperado pelo mercado.
Segundo o documento, a Novo Nordisk obteve lucro líquido de 20,05 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 2,93 bilhões) nos três meses até o fim de junho.
O montante representa uma alta de 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do aumento, o mercado projetava que o valor chegaria a 20,9 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 3,059 bilhões).
Já as vendas aumentaram em 25%, atingindo 68 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 9,94 bilhões). No entanto, assim como o lucro líquido, os resultados vieram abaixo das expectativas dos investidores, que esperavam um valor de 68,66 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 10,05 bilhões).
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As ações da Novo Nordisk, que se tornou a empresa mais valiosa da Europa, vinham roubando a cena na bolsa nos últimos meses. Porém, com os resultados do balanço, os investidores provaram que o amor não dura para sempre.
Os papéis da companhia caíram quase 7% na bolsa de Copenhague nesta manhã. Por volta das 12h30, as ações apresentavam recuo de 7,46% no índice Nasdaq, em Nova York.
Após os resultados desanimadores, a farmacêutica alterou as perspectivas da empresa até o fim deste ano.
Nova dieta pela frente? O que esperar da fabricante do Ozempic
Nos três meses até o final de junho de 2024, a Novo Nordisk apresentou lucro operacional de 25,9 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 3,79 bilhões), um aumento de 8% em relação ao mesmo período de 2023.
Apesar do aumento, a fabricante da Ozempic reduziu as expectativas sobre o lucro operacional até o fim de 2024, que deve aumentar entre 20% a 28%, ante os 22% a 30% esperados anteriormente.
A farmacêutica afirmou que a redução foi motivada por uma recente baixa de 5,7 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 834 milhões) que prejudicou a rentabilidade da companhia. A perda ocorreu devido a um ensaio clínico mal sucedido relacionado à ocedurenona.
No entanto, a companhia também aumentou as projeções sobre as vendas, que passaram de uma alta de 22% a 28%, com as taxas de câmbio constantes, em comparação com os 19% a 27% esperados até então.
De acordo com a Novo Nordisk, o otimismo em relação às vendas é motivado especialmente pelo aumento da popularidade dos medicamentos Wegovy e do Ozempic.
Concorrência pesou na balança
A enxurrada de novos medicamentos que inibem o apetite como o Ozempic vêm deixando os executivos do setor de alimentos em polvorosa, mas eles não são os únicos.
A Novo Nordisk, que chegou no mercado como pioneira no fornecimento de medicamentos que ajudam na perda de peso através de supressão do apetite, vem enfrentando uma concorrência mais forte com a chegada de grandes nomes no setor, como a Eli Lilly, Roche e AstraZeneca.
Apesar disso, o CEO da Novo Nordisk, Lars Fruergaard Jørgensen, afirmou nesta quarta-feira (7) que espera um “crescimento atraente” nos próximos meses.
O executivo também avalia que os resultados dos concorrentes podem atrair os consumidores, mas não vão impactar os negócios da fabricante da Ozempic.
No entanto, além do aumento da concorrência, a popularidade das chamadas “canetas emagrecedoras” garantiu um aumento na demanda que não foi acompanhado pela oferta, o que levou a uma escassez do medicamento no mercado.
A fabricante do Ozempic foi obrigada a investir pesadamente no aumento da capacidade de produção. Nos Estados Unidos, apenas recentemente doses altas do medicamento Wegovy saíram da lista de escassez do país.
Apesar dos percalços, o CEO da Novo Nordisk afirmou estar confiante na capacidade de fornecimento dos medicamentos e de crescimento no segundo semestre.
“Estamos muito confiantes em nossa capacidade de escalar, de fornecer aos pacientes e de entregar agora um crescimento mais forte para o segundo semestre. Então eu digo para se preocupar menos com o que aconteceu especificamente no [segundo trimestre], houve alguns ajustes etc.” afirmou.
*Com informações da CNBC, EuroNews e Financial Times
Fonte: SeuDinheiro