Na disputa de balanços do segundo trimestre de 2024 entre as varejistas, as perspectivas para os resultados do Magazine Luiza (MGLU3), que serão divulgados na próxima quinta-feira (8), não são tão animadoras, na visão dos analistas do UBS BB.
Em meio às previsões de crescimento moderado na receita e vendas fracas no comércio eletrônico, a ação do Magalu permaneceu com recomendação “neutra” pelo banco em seu mais recente relatório. No entanto, desta vez os analistas reduziram o preço-alvo.
Na estimativa anterior, os analistas do UBS BB projetavam o preço-alvo para a ação de R$ 23, quase o dobro do que a ação vale hoje (R$ 11,54 no fechamento de 05/08). Na nova projeção, o potencial de valorização caiu para R$ 14, apenas 21% acima.
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O que esperar do balanço do Magazine Luiza (MGLU3), segundo UBS BB
De acordo com o relatório do banco, a expectativa é de que as vendas nas lojas físicas do Magazine Luiza tenham melhorado no segundo trimestre, em meio a um cenário competitivo mais favorável.
Essa melhora deve vir principalmente pela alta de 11% na vendas Same Store Sales (SSS), ou “vendas nas mesmas lojas”. Esse indicador de desempenho utilizado por empresas varejistas mede o crescimento e declínio das vendas em lojas já existentes, excluindo as receitas de aberturas ou fechamentos de novas lojas durante o período analisado.
Para o ano de 2024, o UBS prevê uma alta de 9,1% nas vendas Same Stores Sales. E isso, segundo o banco, deve contribuir para uma melhor lucratividade para o Magalu.
Com isso, a expectativa é de que o Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) cresça 7,6% no segundo trimestre e 7,7% em 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior.
O UBS BB também espera que o Magazine Luiza reporte um crescimento de 6,3% do GMV total neste ano, a R$ 67 bilhões, com a margem Ebitda melhorando gradualmente.
Os analistas da instituição, no entanto, revisaram para baixo as estimativas de lucro líquido. A previsão inicial de lucro líquido para o Magalu em 2024 era R$ 332 milhões, R$ 971 milhões em 2025 e R$ 1,4 bilhão em 2026.
Agora, o UBS BB projeta que a varejista registre lucro líquido de R$ 297 milhões em 2024 e de R$ 671 milhões em 2025, reduzindo as estimativas de lucro em 2026 para R$ 930 milhões, com previsão de receitas mais baixas no marketplace.
Por que o UBS BB rebaixou o preço-alvo para MGLU3?
Apesar da perspectiva de melhora na lucratividade, o Magalu deve mostrar vendas fracas no e-commerce, com as vendas de 1P — as vendas diretas de mercadoria própria online — se mostrando estáveis.
E embora as vendas do marketplace aumentem, os analistas do UBS acreditam que as taxas de juros altas por mais tempo pesem na lucratividade da gigante do varejo e também afetem negativamente a demanda pelo consumo.
Com um cenário não muito animador pela frente, o banco de investimentos espera que a receita do Magazine Luiza cresça a um ritmo moderado de 5% ao ano entre 2025 e 2028.
Já a taxa de crescimento anual composta (CAGR) dos lucros por ação deve ser mais forte nesse período, de 25%, impulsionada pela desalavancagem financeira e pela esperada normalização das taxas de juros.
Parceria entre Magazine Luiza e AliExpress é boa para MGLU3
Anunciada no mês de junho, a parceria entre o Magalu e a AliExpress para o compartilhamento de marketplaces é considerada estratégica pelos analistas do UBS BB.
O acordo, considerado pela instituição como “ganha-ganha”, acontece em meio a um cenário que reúne a maior intensidade competitiva entre as plataformas internacionais e a nova taxação para produtos importados de até US$ 50, imposta pelo governo federal.
Para os analistas, a parceria vai permitir que o Magalu surfe na onda pela demanda de produtos mais baratos, e a expectativa é a de que o marketplace cresça mais rápido.
Fonte: SeuDinheiro