Em comunicado publicado há pouco, a Vale (VALE3) informou ter identificado “trincas superficiais” na barragem de Forquilha III, localizada em Ouro Preto, Minas Gerais.
De acordo com a nota divulgada na tarde deste sábado (14), as trincas foram encontradas durante uma inspeção rotineira. Agora, a mineradora conduz verificações adicionais na estrutura, que fica na mina de Fábrica.
Vale destacar que Forquilha III está em nível emergência 3, o maior na escala de risco, e é monitorada em caráter permanente.
“Ela conta com uma Estrutura de Contenção a Jusante e tem a respectiva Zona de Autossalvamento evacuada, sem a presença de comunidades”, diz a Vale.
A mineradora ressalta ainda que mantém seus compromissos de avançar na descaracterização da estrutura e de buscar a redução de seu nível de emergência.
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Vale (VALE3) está em negociações avançadas em proposta de compensação por tragédia em Mariana
A notícia sobre a identificação de trincas na barragem de Ouro Preto foi divulgada na mesma semana em que a Vale confirmou que encontra-se próxima de um acordo para compensar os danos causados pela tragédia de Mariana, que ocorreu há quase uma década.
A mineradora afirmou na noite da última quarta-feira (11) que está em negociações avançadas com as autoridades públicas e as empresas Samarco e BHP.
Segundo comunicado enviado à CVM, a discussão atual tem base em propostas já apresentadas pelas partes.
Nenhum valor foi informado pela Vale. Porém, ainda nesta semana, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou em entrevista ao Poder 360 que a negociação de repactuação deve atingir R$ 167 bilhões no total, sendo R$ 100 bilhões em repasses diretos para União, Estados e municípios.
Segundo o ministro, a cifra é resultado da cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que as mineradoras aumentassem a oferta.
A proposta anterior das empresas era de um acordo de R$ 140 bilhões, dos quais apenas R$ 82 bilhões seriam repasses diretos. No entanto, o governo havia solicitado o pagamento de R$ 109 bilhões em dinheiro novo pela Vale, BHP e Samarco.
No entanto, a Vale afirmou que, até agora, nenhum acordo definitivo foi alcançado. A companhia prevê chegar a uma resolução no processo de mediação em outubro de 2024.
Tragédia
Em 2024, também completou cinco anos o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em Minas Gerais. Na tragédia – em janeiro de 2019 – 272 pessoas perderam a vida, incluindo nessa conta dois bebês de mulheres que estavam grávidas.
O colapso da estrutura liberou uma avalanche de rejeitos, o que também gerou grandes impactos em diversos municípios da bacia do Rio Paraopeba.
Após o desastre, foi sancionada a Lei Mar de Lama Nunca Mais, em 2019. A lei proíbe novas barragens a montante e determina que seja feita a descaracterização das que ainda estão ativas. Forquilha III passa por esse processo.
Barragens a montante são aquelas cujo corpo da barragem é construído com o uso de rejeito através de alteamentos sucessivos sobre o próprio rejeito depositado. Foi o método utilizado nas barragens rompidas em Mariana e Brumadinho.
*Com informações da Agência Brasil
Fonte: SeuDinheiro