Capturando oportunidades de mercado com o lançamento de novos produtos e sem oportunidades de M&As (fusões e aquisições) à vista, a Vulcabras (VULC3) tem tudo para se consolidar com uma sólida pagadora de dividendos, segundo o Santander.

Em um novo relatório divulgado nesta sexta-feira (13), o banco atualizou as estimativas para a gestora das marcas Olympikus, Under Armour e Mizuno. Apesar da perspectiva positiva, o Santander cortou o preço-alvo para as ações VULC3 da Vulcabras.

A nova estimativa de potencial de valorização é de R$ 22, ante R$ 25 projetados anteriormente. O valor representa uma alta de 24% em relação ao fechamento anterior. Por outro lado, o Santander manteve a recomendação outperform, equivalente a compra

O que esperar da Vulcabras (VULC3) em 2024?

Após conversas com gestores da companhia, o Santander afirma que a Vulcabras continua confiante sobre as oportunidades de mercado para o lançamento de novos produtos.

“A perspectiva para o 2S24 [segundo semestre de 2024] parece positiva para o mercado doméstico, com o 3T24 [terceiro trimestre de 2024] provavelmente registrando alto crescimento de um dígito, semelhante ao 2T24, e alguma ligeira aceleração no 4T24, de acordo com nossas estimativas. No entanto, os mercados estrangeiros provavelmente permanecerão pressionados devido à desaceleração macro da Argentina”, afirma o banco.

Sobre alocação de capital, a Vulcabras reforçou o compromisso em maximizar o retorno aos acionistas, segundo os analistas. “E com a falta de oportunidades para acelerar o crescimento por meio de aquisições, a Vulcabras poderia facilmente aumentar os dividendos.”

Já na perspectiva de oportunidades em produtos, o Santander destacou os planos da empresa de lançar uma nova linha de chuteiras de futebol, a Regente, focada em um público mais jovem. O lançamento também deve aumentar a produção nesse segmento. 

Apesar da falta de oportunidades em M&As, a Vulcabras ainda busca adquirir uma “operadora de varejo sólida com resultados comprovados”. O objetivo, segundo o Santander, é que ela opere lojas conceito da marca esportiva Under Armour. Porém, na visão do banco, existem desafios para que essa aquisição se torne possível.

Lucro e receita

Com o fim gradual da desoneração da folha de pagamento em diversos setores da economia, incluindo o calçadista, o Santander também revisou os impactos nos lucros da Vulcabras em 2025. Segundo o banco, o alívio fiscal deve terminar entre 2025 e 2027. 

Até lá, o Santander espera que a companhia aumente gradualmente os preços ou ajuste sua variedade de produtos para compensar a nova legislação aprovada no Congresso. 

“Além disso, de acordo com nossa análise de sensibilidade, no pior cenário de aumentos de preços de 0%, juntamente com um aumento de 12% nos custos da folha de pagamento, o risco de queda para nossos lucros estimados para 2025 seria de 7%, com as ações ainda em 8,7x P/L (preço sobre lucro), abaixo das 11x das empresas de varejo de moda”, afirma o banco. 

De acordo com o Santander, o ano de 2024 tem sido mais desafiador do que o esperado para a empresa, devido à demanda ainda pressionada, concorrência e desaceleração na Argentina, um dos principais mercados externos da Vulcabras na América Latina. 

Por conta disso, os analistas reduziram em 4% as estimativas para as receitas da empresa e 7% o Ebitda entre 2024 e 2026. “Isso reflete os investimentos contínuos em marketing e o crescimento do e-commerce, juntamente com o crescimento de 6% nos lucros”. 

“Por outro lado, aumentamos nossas estimativas de dividendos para R$ 1,80 por ação em 2025, para um dividend yield de 10,8%”, afirmam os analistas do Santander.

Os resultados da Vulcabras (VULC3) no segundo trimestre de 2024

O lucro reportado pela Vulcabras no segundo trimestre foi de R$ 139,7 milhões, uma alta anual de 0,5%, praticamente estável. Já as receitas somaram R$ 761 milhões, um crescimento anual de 5,1%.

As vendas no mercado interno cresceram 8,6%, somando R$ 723,5 milhões. E R$ 37,5 milhões são de vendas no mercado externo, uma queda de 35%.

Mas o destaque do balanço foi o e-commerce das marcas, que registrou um forte crescimento de 72,9% no trimestre em relação ao ano anterior, alcançando uma receita de R$ 98,7 milhões.

No mês passado, a empresa também anunciou o pagamento de R$ 204 milhões em dividendos.

Fonte: SeuDinheiro

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