Se nos últimos meses só crescia a lista de fundos imobiliários que notificaram o mercado a respeito da inadimplência da WeWork, agora ocorre o oposto: subiu para três o número de FIIs que já receberam os aluguéis atrasados.
O último a fechar um acordo com a empresa, que popularizou o modelo de escritórios flexíveis no Brasil, foi o Multi Renda Urbana (VVMR11).
O fundo loca salas do Edifício One Eleven, localizado na Vila Olímpia, bairro da cidade de São Paulo, para a WeWork e não havia recebido o depósito dos aluguéis de maio e junho.
Em comunicado enviado ao mercado no início do mês, o VVMR11 afirmou que já havia contratado um assessor legal para cobrar o pagamento e ajuizar uma ação de despejo.
Agora, em fato relevante divulgado na última sexta-feira (13), o FII revelou ter celebrado um acordo com a empresa. Após o acerto entre as partes, a WeWork pagou o aluguel de julho ainda no próprio dia 13.
O recebimento impactará positivamente a distribuição de dividendos do Multi Renda Urbana. Segundo os cálculos da gestão, o efeito será de cerca de R$ 0,18 por cota.
Mas vale destacar que, apesar dos acordos fechados com alguns fundos imobiliários, a WeWork ainda está inadimplente com outros FIIs e corre o risco de ser despejada de imóveis detidos por eles.
Um deles, o Vinci Offices (VINO11), afirmou já ter obtido uma liminar na Justiça. A WeWork utiliza um dos ativos do fundo localizada na Rua Oscar Freire, na cidade de São Paulo, mas não pagou os aluguéis que venceram em junho, julho e agosto deste ano.
De acordo com o VINO11, a empresa tem 15 dias para quitar todas as dívidas. Em caso de não pagamento, ela deverá desocupar o imóvel dentro de outros 15 dias, a partir da data de intimação.
Além do Vinci Offices, a empresa HBR Realty entrou com uma ação para retirar a empresa do HBR Corporate Faria Lima, também localizado em São Paulo. E outro FII da B3, o Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) anunciou na última semana que pretende despejar a WeWork, após entrar no terceiro mês consecutivo sem receber o aluguel.
A WeWork tem promovido rodadas de negociação com os proprietários dos imóveis e afirmou que suas ações temporárias “têm o objetivo de acelerar as conversas para chegar a resoluções que sejam do melhor interesse de todo o nosso ecossistema, mutuamente benéficas e que estejam mais bem alinhadas com as condições atuais do mercado”.
“Nossos membros continuam sendo nossa principal prioridade. As negociações já estão resultando em acordos com locadores e seguimos comprometidos em prestar o excelente serviço que nossos membros esperam”, afirmou a companhia na nota.
Fonte: SeuDinheiro