Dizem que a vingança é um prato que se come frio, mas, ao que parece, a China não está muito disposta a esperar que o pacote multimilionário de tarifas dos EUA esfrie e deve anunciar uma resposta em breve. 

O governo de Joe Biden anunciou nesta terça-feira (14) uma taxação pesada sobre as importações chinesas, que somam US$ 18 bilhões — segundo a Casa Branca, o tarifaço é necessário para proteger as indústrias norte-americanas do que chamou de concorrência desleal. 

O Ministério do Comércio chinês disse que o país tomaria medidas resolutas para defender os seus direitos e interesses e instou a administração Biden a “corrigir os seus erros”.

“O aumento das tarifas por parte dos EUA contradiz o compromisso do presidente Joe Biden de ‘não procurar suprimir e conter o desenvolvimento da China’ e ‘não procurar dissociar e romper ligações com a China’”, disse o Ministério do Comércio chinês em comunicado. 

“Esta ação terá um impacto sério na atmosfera de cooperação bilateral”, acrescentou. 

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As tarifas dos EUA sobre a China

O centro das tarifas multibilionárias dos EUA é o setor de carros elétricos da China, que vem avançando sobre o mundo todo com preços competitivos — e que Biden, que tenta a reeleição este ano, quer impedir a entrada no mercado norte-americano.

Por isso, Washington quadruplicará as tarifas sobre veículos elétricos chineses importados a partir deste ano, passando de 25% para 100%. 

Além dos veículos elétricos, serão aplicadas tarifas maiores às importações de aço e alumínio chineses, semicondutores antigos, componentes de baterias, minerais críticos, células solares, guindastes e produtos médicos.

As tarifas sobre células solares e semicondutores duplicarão para 50%, enquanto o restante das importações visadas terá tarifas de 25%.

Também serão impostas tarifas iniciais sobre as importações da China de agulhas e seringas médicas, bem como sobre enormes guindastes de navio para terra. Luvas médicas de borracha e alguns respiradores e máscaras faciais também serão atingidos por tarifas mais altas.

“A China subsidiou fortemente todos estes produtos, pressionando as empresas chinesas a produzir muito mais do que o resto do mundo pode absorver e depois despejando o excesso de produtos nos mercados a preços injustamente baixos”, disse Biden. 

“Quando você cria táticas como essas, não é competição — é trapaça”, acrescentou.

O que REALMENTE está acontecendo com CHINA: CATÁSTROFE é real?

Inflação: uma aliada chinesa?

Embora o aumento das tarifas sobre a China ajude Biden a manter a sua posição agressiva, essa estratégia do governo também pode ser um tiro no pé da economia norte-americana. 

Analistas já alertaram para as consequências não intencionais que os novos impostos de importação podem ter sobre os EUA e os consumidores individuais.

A Goldman Sachs, por exemplo, estimou que cada aumento de ponto percentual na taxa efetiva de tarifas diminuiria o Produto Interno Bruto (PIB) em 0,03%, aumentaria os preços no consumidor em 0,1% e aceleraria a inflação durante um ano.

Vale lembrar que a inflação nos EUA é quase o dobro da meta de 2% do banco central, que tem mantido os juros nos maiores níveis em 23 anos (5,25% a 5,50%) em uma tentativa de trazer os preços para esse objetivo. 

*Com informações da CNBC e da Reuters

Fonte: SeuDinheiro

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