A partir do próximo mês e durante os próximos anos, as montadoras chinesas vão ter que pagar impostos pesados para poderem vender carros elétricos (EVs) na União Europeia. Depois de um longo processo e de votos divididos, a Comissão Europeia aprovou a nova tributação. 

Com isto, as fabricantes de carro da China terão que pagar impostos de até 45%, aumentando significativamente seus custos para estarem no mercado europeu de veículos elétricos. 

No total, foram 10 votos a favor, cinco votos contra e 12 abstenções, segundo informações apuradas pela Reuters. 

A Alemanha, maior economia do grupo e país-sede de empresas como Mercedes-Benz, BMW, Audi e Volkswagen, votou contra a taxação. 

Os votos divididos refletem as divergências entre os países da UE sobre a relação com a China, com alguns buscando uma postura mais protecionista e outros priorizando a cooperação.

Esta não é a primeira vez que há um desentendimento tarifário entre com o gigante asiático. Há uma década, uma questão semelhante foi discutida no mercado de painéis solares. Nesta ocasião, no entanto, a China saiu ganhando: hoje em dia, mais de 90% dos painéis solares vendidos na Europa são chineses.  

Apesar da aprovação dos impostos, a Comissão Europeia disse estar aberta a conversar com o governo chinês para chegar em uma solução alternativa para baixar os preços. 

Retaliação chinesa?

O país asiático já manifestou sua extrema insatisfação com as novas medidas. 

O Ministério de Comércio da China alegou que as tarifas são “injustas e irracionais”, abrindo uma ação contra a União Europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC). 

Neste sábado (05), a agência estatal chinesa, Xinhua, afirmou que a decisão da Comissão “ameaça as décadas de cooperação” entre os dois agentes e “coloca em perigo as metas climáticas”. 

“Os próximos passos são claros: tarifas protecionistas têm que ser abandonadas em favor da continuidade das negociações”, escreveu a agência. 

Em ações que estão sendo consideradas como retaliação, Pequim determinou impostos para conhaques, laticínios e produtos suínos importados da Europa. Além disso, o governo também está discutindo o aumento da taxação para veículos de grande porte movidos a gasolina, o que prejudicaria principalmente as montadoras alemãs. 

* Com informações de Reuters.

Fonte: SeuDinheiro

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