A China estabeleceu a criação de um fundo de 344 bilhões de yuans (cerca de US$ 47,5 bilhões) para ajudar sua indústria de semicondutores a desenvolver uma cadeia de abastecimento local e fechar a lacuna tecnológica em relação aos Estados Unidos. 

O anúncio foi feito em meio a disputas entre chineses e norte-americanos sobre o restrito mercado de chips e semicondutores, essenciais para a indústria geral de eletrônicos. 

Esse montante marca a terceira fase do chamado Fundo de Investimento da Indústria de Circuitos Integrados da China e representa o dobro do total levantado nas fases anteriores, em 2014 e 2019.

O novo fundo foi registrado na última sexta-feira (24), de acordo com o Sistema Nacional de Publicidade de Informações de Crédito Empresarial, uma agência governamental de informações de crédito.

Acionistas do fundo da China

Vale lembrar que o Ministério de Finanças da China é o maior acionista do fundo, com fatia de 17% do montante total.

Outros cinco grandes bancos estatais chineses — Industrial & Commercial Bank of China, China Construction Bank, Agricultural Bank of China, Bank of China e Bank of Communications — detêm participações iguais de 6%, de acordo com a Tianyancha, um banco de dados privado de informações de empresas chinesas.

A iniciativa vem após os EUA adotarem uma série de restrições à exportação de semicondutores avançados e de equipamentos de produção de chips para a China.

A mais recente, adotada em outubro do ano passado, dificultou significativamente as remessas de chips de inteligência artificial para território chinês.

Relembre o caso: China e Estados Unidos

Desde a gestão de Donald Trump, China e Estados Unidos travam uma disputa comercial, com momentos de maior e menor tensão. 

O mês de outubro de 2023 marcou o reaquecimento dessa briga justamente no crescente ramo dos semicondutores. À época, o Departamento de Comércio norte-americano afirmou que iria “restringir significativamente” as exportações desse tipo de chip, em especial aqueles relacionados à Inteligência Artificial (IA)

O governo dos EUA afirma que há uma dependência excessiva dos semicondutores produzidos na China e que o avanço do setor poderia criar IAs voltadas para o segmento militar.

Do outro lado, a China criticou as medidas, afirmando que elas violam as regras do comércio internacional e desestabilizarem a indústria global de semicondutores. 

Outras regiões em xeque

A produção de chips está espalhada pelo mundo, mas quem praticamente domina a fabricação de semicondutores de ponta é Taiwan. Outros países como China e EUA também têm certa relevância para o segmento. 

A pequena ilha a sudeste do continente é responsável por algo entre 60% até 90% da fabricação global de microchips, tendo como principal fabricante é a Taiwan Semiconductors Manufacturing (TSMC), que teve que paralisar a produção após um terremoto na região e colocou o mundo em alerta.

Por fim, vale lembrar que a região é palco de um mais um conflito velado entre China e Estados Unidos que, em caso de escalada, pode impactar a cadeia de distribuição de semicondutores globais.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: SeuDinheiro

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