A guerra da Rússia contra a Ucrânia não é só um divisor de águas na geopolítica mundial, mas também no câmbio. Além da rivalidade com os EUA, as sanções impostas por potências ocidentais afastou Moscou do dólar —- e aproximou do real

Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, quase 40% do volume de negócios do país é agora em rublos, uma vez que a parcela realizada em dólares, euros e outras moedas ocidentais “não amigáveis” diminuiu.

“Com isso, a participação do rublo nas operações de importação e exportação está aumentando, situando-se agora em quase 40%”, disse Putin. 

Segundo dados do governo russo, este percentual é superior aos cerca de 30% de há um ano e aos 15% dos anos anteriores à guerra.

Falando no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF), Putin disse que os países “amigos da Rússia” são os que merecem atenção especial, pois definirão o futuro da economia global, “e já representam três quartos do volume de comércio do nosso país”.

O presidente russo que seu país procurará aumentar a porcentagem de liquidações realizadas nas moedas dos Brics, grupo formado por mercados emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Rússia: a reforma do mercado vem aí

O presidente da Rússia detalhou planos para uma grande reforma do mercado financeiro interno do país, incluindo planos para duplicar o valor do mercado de ações russo até ao final da década, reduzir as importações e aumentar o investimento em ativos fixos.

Os comentários surgem em um momento em que o Kremlin aproveita o SPIEF para cortejar novas relações com países da Ásia, América Latina e África.

O Ocidente tem procurado isolar Moscou em resposta à invasão em grande escala da Ucrânia. No entanto, espera-se que a economia da Rússia cresça mais rapidamente do que todas as economias avançadas este ano, apesar de várias rondas de sanções internacionais.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a Rússia cresça 3,2% em 2024, excedendo a taxa de expansão prevista de 2,7% dos EUA. Prevê-se que a Alemanha, a França e o Reino Unido registem um crescimento ainda mais baixo, inferior a 1%.

*Com informações da CNBC

Fonte: SeuDinheiro

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