Um tribunal de Nova York decidiu, na segunda-feira (1), que Donald Trump deve parar os ataques verbais contra membros da família do juiz Juan Merchan, de Nova York, e outros, em seu próximo julgamento sobre acusações decorrentes de um pagamento em dinheiro para uma estrela pornô. A decisão acontece depois que o ex-presidente depreciou a filha do magistrado.
Os promotores de Nova York argumentaram que Trump está tentando assustar potenciais testemunhas e pediram ao juiz Juan Merchan para deixar claro que a ordem de silêncio que já está em vigor e que impede o ex-presidente de comentar publicamente sobre testemunhas e funcionários do tribunal, também se aplica a membros da família.
Eles estavam se referindo a um post de mídia social de 28 de março publicado pelo ex-presidente, que chamou a filha de Merchan de “odiadora raivosa de Trump” e pediu que Merchan fosse removido do caso.
“Os familiares dos participantes do julgamento devem estar estritamente fora dos limites”, escreveu o promotor Matthew Colangelo. “A insistência do réu no contrário mostra um perigoso senso de direito de instigar o medo e até mesmo danos físicos aos entes queridos daqueles que ele vê no tribunal.”
A filha de Merchan dirige uma agência de marketing digital chamada Authentic Campaigns, que trabalha com candidatos democratas e organizações sem fins lucrativos.
Os advogados de Trump argumentaram que seu trabalho representa um conflito de interesses e tentaram, sem sucesso, afastar Merchan do caso. A defesa do ex-presidente disse, ainda, que as postagens de Trump não violam a ordem de silêncio e não devem interferir no processo ou causar qualquer dano.
“O presidente Trump deve ter permissão para falar sobre essas questões de uma maneira que seja consistente com sua posição como o principal candidato presidencial”, escreveu seu advogado Todd Blanche.
Donald Trump está pronto para ser julgado a partir de 15 de abril no tribunal estadual de Nova York, em Manhattan, sob acusações criminais de encobrir um pagamento de US$ 130 mil antes da eleição de 2016 para a estrela pornô Stormy Daniels para comprar seu silêncio sobre um suposto caso extraconjugal.
Trump se declarou inocente de 34 acusações de falsificação de registros comerciais e nega um encontro com Daniels, cujo nome real é Stephanie Clifford.
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