O pior já passou para o setor da educação e tendências indicam bom momento em 2024. Para o JPMorgan, isso significa mudança de recomendação de neutro para overweight (exposição superior, similar à compra) para Cogna (COGN3).

O melhor momento no setor deve ser aproveitado por todas as companhias, na visão do banco estrangeiro. Esse seria o primeiro motivo que embasa a mudança de recomendação. A análise estima que todas as empresas cobertas devem apresentar geração de caixa em 2024. O crescimento de receita esperado é em dígitos médios a altos nos próximos anos, enquanto o avanço em altos dígitos deve ser visto também nos lucros. A alavancagem deve ser reduzida por uma combinação de expansão do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) e da mencionada geração de caixa.

A análise indica menos riscos regulatórios do Ensino a Distância (EaD), ponto que tem sido a principal preocupação de analistas nos últimos meses sobre as companhias do setor educacional. Ainda que tenha havido anúncio de mudanças no curso de pedagogia, com 50% do conteúdo na modalidade presencial, o JPMorgan não avalia como as alterações como substanciais.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

“Embora um tanto negativo, nossas conversas com empresas sugeriram que adaptações podem ser feitas a custos limitados. Assim, embora ainda vejamos como negativa a proibição de cursos EaD, um aumento potencial no conteúdo presencial em outros cursos pode não ser tão negativo quanto inicialmente pensávamos”, indicam os analistas.

O segundo ponto que sustenta a visão mais otimista para o grupo educacional é relacionada pelo preço que as ações atualmente negociam. Os papéis da Cogna apresentam queda de 42,69% no ano de 2024. Hoje, porém, operava com ganhos de 9,50%, a R$ 2,19, às 11h10 (horário de Brasília), chegando a subir até 11,50%, a R$ 2,23, na máxima do dia. “Nossa análise de sensibilidade sugere um valor justo de R$ 2,80 a R$ 4,40 para as ações, implicando um potencial de alta de 40% a 117%”, comentam os analistas do banco.

Na avaliação do JPMorgan, a Cogna negocia a 4,6 vezes o valor da empresa sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/EBITDA) para fim de 2024, em linha com concorrentes como Anima (ANIM3), que negocia nas mesmas 4,6 vezes, e a Yduqs, que apresenta 4,4 vezes a relação. A Anima, recomendada como Overweight e com preço alvo elevado de R$ 7,5 para R$ 8, ainda é preferência no setor. Ainda assim, o banco estrangeiro sugere que tanto a Yduqs (YDUQ3) (também considerada como Overweight) quanto a Cogna se tornam boas opções para exposição.

Continua depois da publicidade

O JPMorgan entende que a maioria dos investidores espera que a Cogna não cumpra os números apresentados na orientação (guidance, em inglês) para 2024. O banco estrangeiro não vê a possibilidade como um problema para a classificação positiva da companhia.

O terceiro motivo elencado foi a melhoria no perfil do fluxo de caixa da companhia, que retomou a geração em 2023. A Cogna apresentou fluxo de R$ 67 milhões, cerca de 2% da capitalização de mercado e deve melhorar para R$ 240 milhões (em 6% de rendimento) até o fim de 2024, na projeção do JPMorgan. O avanço se dá, principalmente, pela expansão do Ebitda.

O único ponto capaz de “abaixar a nota” da companhia seria uma eventual mudança nas taxas de juros Selic. Atualmente, a projeção do JPMorgan indica estabilização em 10% da taxa básica. Caso esse número ficasse um ponto percentual mais elevado poderia haver uma redução nos lucros entre 4 e 17% para 2024 e 3 a 10% fim de 2025, cenário no qual os preços sobre lucro (P/Es) ficariam mais baixos.

A cobertura do banco hoje é composta também pela Afya, vista como neutra, e a Ser Educacional (SERR3), avaliada como Overweight também.

Fonte: InfoMoney

Share.