O futuro já começou para a fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3). A Eve Air Mobility, braço da Embraer voltado para mobilidade aérea, divulgou na última semana o 1º teaser do carro voador, o chamado eVTOL, que será fabricado em Taubaté, interior de São Paulo, e tem previsão de iniciar os serviços em 2026. O local da fábrica tinha sido anunciado em meados do ano passado.

“Estamos avançando significativamente na montagem do nosso primeiro protótipo do eVTOL, com previsão para finalizar a produção e iniciar os voos”, afirmou em nota Johann Bordais, CEO da Eve Air Mobility. Bordais apontou ainda que a Eve está desenvolvendo serviços e soluções operacionais que darão suporte aos nossos clientes desde o início das operações, juntamente com o Vector, uma solução de software para gerenciamento de tráfego aéreo.

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A divulgação do teaser do eVTOL ocorre em um contexto de forte alta das ações da Embraer em 2024, com ganhos acumulados de 76% no ano, com outras teses como o crescimento no mercado de aviação comercial e a resolução da arbitragem com a Boeing também sendo vistas como possíveis catalisadores junto com o case da Eve.

Em relatório pós divulgação do resultado do primeiro trimestre de 2024 (1T24), o JPMorgan reiterou recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) tanto para os recibos de ações da companhia negociados em Nova York (os chamados ADRs) quanto para as ações negociadas na B3, com preços-alvo respectivos de US$ 40 e R$ 51 (potencial de valorização de 29% em relação ao fechamento da última sexta-feira para os dois casos).

Contudo, o atual target de preços para a ação exclui a participação da Eve, que seria de cerca de US$ 12,75 por ADR e R$ 16,25 por ação, aumentando o valor justo para US$ 52 e R$ 66 respectivamente, ou um potencial de valorização de 68%. No caso específico da Eve, o banco espera uma reavaliação no modelo da companhia dadas as taxas potencialmente mais baixas nos EUA e os avanços em seu marco de aeronaves, como certificação e desenvolvimento, diminuindo o risco do case.

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No primeiro trimestre, os resultados foram afetados pelas despesas com a Eve mas, conforme destaca o BTG Pactual, o crescimento do eVTOL é um dos pontos para uma visão positiva com a ação.

No curto prazo, o JPMorgan espera que a conclusão da arbitragem com a Boeing deva ser concluída até o fim do segundo trimestre (segundo previsão da própria Embraer), o que deve levar a uma entrada de caixa de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões.

Potenciais novos pedidos para a família E2, provavelmente acontecerão durante o Farnborough Airshow agendado para o final de julho. No segmento de defesa, pedidos da Índia e da Arábia Saudita, que poderiam adicionar cada uma mais de 40 aeronaves, bem como a conversão de memorandos de entendimentos da Holanda (5 aeronaves), Áustria (4 aeronaves) e República Tcheca (2 aeronaves) em pedidos firmes também são catalisadores, assim como a melhoria na sazonalidade dos resultados. No curto prazo, aponta o banco, o desempenho das ações segue fortemente dependente do desempenho da aviação comercial, tanto em termos de novas encomendas como de rentabilidade, mas cada vez mais o case eVTOL aparecerá na tese de investimentos da empresa.

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O que é um eVTOL?

O eVTOL, aeronave de pouso e decolagem vertical, se assemelha muito a um helicóptero (que é definido pela sigla VTOL), mas tem já como grande diferencial ser totalmente elétrico. Mais do que isso, a ideia futurista desses veículos também trazem comparações com um grande drone, já que parte de seu projeto também já é focado em ele não ter um piloto no futuro.

Eve Air Mobility revela vídeo teaser de seu primeiro eVTOL
(Foto: Divulgação/Embraer)

A criação do eVTOL busca tornar possível o transporte de pessoas a curtas distâncias, criando voos intramunicipais mais baratos, com uma frota de aeronaves servindo como “táxis voadores”.

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A ideia é mais do que substituir o helicóptero e sim criar uma nova dinâmica para as viagens aéreas nas grandes cidades, que demandará também uma reconfiguração do controle de tráfego aéreo urbano para se fazer frente ao crescimento no número de pousos e decolagens.

O eVTOL usa uma configuração de decolagem e cruzeiro (Lift + Cruise) com rotores dedicados para o voo vertical e asas fixas para voar em cruzeiro, sem a necessidade de componentes para a transição durante o voo. A promessa é de baixo custo operacional, menos peças, estruturas e sistemas otimizados, além de baixo ruído.

Com relação ao modelo apresentado nesta semana, mesmo sem o teaser apresentado pela Embraer apresentar muitos detalhes, já se sabe que o eVTOL terá oito hélices que servirão para os voos verticais, além de asas fixas para voos em cruzeiro. A empresa já conta com mais de três mil encomendas para o carro voador que será fabricado em Taubaté. O preço de cada unidade, porém, ainda não foi divulgado.

Fonte: InfoMoney

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