Diversos analistas participaram, nesta sexta-feira (3), de um encontro com executivos da Vale (VALE3), que contou com a presença do CEO Eduardo Bartolomeo e do CFO Gustavo Pimenta. Como destaques ficaram o otimismo da companhia em chegar a um acordo no caso de Mariana e de conseguir as renovações de concessões ferroviárias em breve, fatores que vêm pressionando a performance das ações recentemente.
De acordo com o time do Itaú BBA, no primeiro tópico, a Vale enxerga que a chegada a um consenso para a questão da Samarco — sua joint venture com a BHP, responsável pela mina onde a tragédia de 2015 aconteceu — pode estar próxima e permanece confortável com seus níveis atuais de provisionamento. A administração, segundo eles, observou que as conversas com o governo avançaram nas últimas semanas e todas as partes relacionadas estão “trabalhando arduamente para chegar a um acordo a curto prazo, potencialmente até meados do ano”.
Hoje, no entanto, foi noticiado que a União e o Espírito Santo rejeitaram a proposta da Samarco. De acordo com os entes, a decisão foi tomada porque a oferta das mineradoras “não representa avanço em relação à proposta anterior, apresentada e discutida em dezembro de 2023”, além de conter “condições inadmissíveis” que desconsideram o que “já havia sido exaustivamente debatido e acordado” desde que as tratativas estão em andamento
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Sobre o impacto dessa decisão mais recente, o Morgan Stanley mencionou que, de qualquer forma, é de interesse de todos os participantes que o acordo saía e que por isso o caso deve ser concluído ainda neste ano.
“Mas está claro para nós que se as autoridades não oferecerem segurança jurídica às empresas, que elimine o risco de demandas e reclamações adicionais no futuro relacionadas a Mariana, não fará sentido para a Samarco e para a Vale assinarem um acordo. Infelizmente, se isso acontecer, acreditamos que a pressão sobre as ações da Vale relacionada a passivos e pagamentos potenciais permanecerá por muito tempo”, diz o time do banco americano.
Fora a questão de Mariana, o time da Vale também manifestou, como já mencionado, otimismo sobre as concessões ferroviárias, que serão abordadas em breve. A companhia está em discussão com o governo para chegar a uma renovação antecipada da FCA (Ferrovia Centro Atlântica), da EFC (Estrada de Ferro dos Carajás) e da EFVM (Estrada de Ferro Vitória Minas).
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“A Vale também está otimista com a possibilidade de chegar a um acordo com o governo sobre as concessões ferroviárias a muito curto prazo, equilibrando os pagamentos potenciais com obrigações futuras, resultando em um acordo vantajoso para ambas as partes”, expõe o BBA.
Tirando os trâmites com o governo, os diretores endereçaram outras questões sobre o futuro da companhia.
Sobre o novo CEO da frente de metais básicos, por exemplo, os executivos da mineradora mencionaram que a decisão deve vir até o meio do ano. Fora isso, eles deram mais detalhes da transição do CEO à frente da companhia, já que Bartolomeo deixa o cargo em dezembro deste ano (se mantendo, no entanto, como presidente do Conselho).
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A companhia também explicou que o recente aumento do Capex está relacionado a um atraso de licenciamento de dois anos no Sistema Norte e ao consequente custo inflacionário – sem esperar, no entanto, novos sobrecustos.
Ainda na frente de possíveis gastos, os executivos teriam sinalizado que fusões e aquisições ousadas por enquanto, são improváveis, já que a alocação disciplinada de capital “permanece sendo o mantra”. “A administração observou que os atuais níveis de preços das ações da Vale tornam difícil engajar-se em negociações de M&A relacionadas à troca de ações.
Para os executivos, as ações da mineradora atualmente estão baratas. No entanto, eles reconheceram que, por enquanto, há menos espaço no balanço para recompras de ações. “A empresa tem menos flexibilidade do ponto de vista da alavancagem financeira para ser mais agressiva nesse aspecto. Os dividendos e recompras de ações continuarão sendo o uso preferencial de caixa após capex e obrigações financeiras”, contextualiza o Goldman Sachs.
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Por fim, a Vale também sinalizou certo otimismo com a sua produção de minério de ferro, mantendo as projeções para 2024.
Morgan Stanley, Itaú BBA e Goldman têm, todos, recomendação de compra para a mineradora, com preços-alvo em, respectivamente, US$ 18 (para o ADR), US$ 14 e US$ 16,20.
Fonte: InfoMoney