Um mês após o diretor financeiro fazer as malas e partir para longe, mais quatro passageiros pegaram o avião com destino de saída da CVC (CVCB3) — e um deles é o presidente do conselho de administração. 

Em reação, as ações da companhia de turismo operam entre as maiores quedas da B3. Por volta de 13h (horário de Brasília), CVCB3 caía 7,91%, a R$ 1,98. Desde janeiro, os papéis acumulam queda de mais de 43%. A empresa vale hoje pouco menos de R$ 900 milhões na bolsa. Siga os mercados.

Valdecyr Maciel Gomes renunciou ao cargo depois de três anos na função. O executivo continuará no posto até a eleição de um novo presidente do conselho — ainda sem data definida.

Além dele, outros dois membros do conselho deixaram a companhia: Eduardo de Britto Pereira Azevedo e Rodrigo Silva Marvão — este último também integrante do comitê financeiro da CVC. Por fim, Leonardo Guimarães Pinto, que era coordenador do comitê estatutário de auditoria, riscos e finanças, também pediu para sair.

Vale lembrar que em abril, Carlos Wollenweber, que concentrava os cargos de diretor financeiro (CFO), diretor de Relações com Investidores (DRI) e diretor de Governança Corporativa e Compliance, deixou a companhia — um ano após assumir as cadeiras. 

A companhia atravessa um longo processo de reestruturação financeira e as contínuas trocas na diretoria no alto escalão trazem incertezas sobre o plano estratégico da empresa. 

Uns saem, outros entram 

Com a renúncia dos quatro executivos, a CVC anunciou a eleição de nomes  para duas das posições que ficaram vagas. 

Guilherme Marques Bononi vai substituir  Leonardo Guimarães Pinto no cargo de  coordenador do comitê estatutário de auditoria, riscos e finanças. 

Tiago Ring vai ocupar uma cadeira de membro independente do conselho da companhia.  

Os números da CVC

Na semana passada, a CVC divulgou os números do primeiro trimestre. 

A companhia de turismo registrou um prejuízo de R$ 34,4 milhões entre janeiro e março deste ano, o que representa uma redução de 73,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior — quando o prejuízo foi de R$ 128 milhões. 

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 86,2 milhões, uma alta de 216,1% na base anual. No primeiro trimestre de 2023, o Ebitda foi de R$ 47,3 milhões. 

Já o resultado financeiro da empresa ficou negativo em R$ 67,5 milhões, ante resultado também negativo de R$ 96,7 milhões nos três primeiros meses de 2023.

De acordo com a CVC Corp, a redução na base anual reflete a queda de R$ 30 milhões das despesas financeiras por três motivos: 

  • queda de R$ 10 milhões nos juros do endividamento, em efeito da renegociação das debêntures em abril de 2023; 
  • redução de R$ 18 milhões nos custos de antecipação de recebíveis, diante da menor necessidade de capital de giro; e 
  • efeito geral da redução do CDI médio no período. 

Na visão do Santander, a companhia apresentou resultados mistos, com números fracos de reservas de B2B e na Argentina.

“O resultado final ficou aquém das nossas estimativas e consenso, mesmo com o Ebitda maior que o esperado”, escreveram os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo. 

O banco mantém recomendação neutra para as ações CVCB3, com preço-alvo de 3,60 — uma potencial valorização de 67,4% em relação ao fechamento da última quarta-feira (15).

Fonte: SeuDinheiro

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