Os conflitos no Oriente Médio são um dos principais responsáveis pela volatilidade do petróleo nos últimos meses. A escalada das tensões geopolíticas, porém, ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (2). 

Em consequência, o barril da commodity atingiu o maior nível em cinco meses ao se aproximar do patamar de US$ 90. 

Os contratos mais líquidos do petróleo Brent — referência mundial — com vencimento para junho operavam em alta de 1,42%, com o barril a US$ 88,70, por volta de 13h (horário de Brasília). Mais cedo, o barril chegou a ser cotado a US$ 89,08, na máxima intradiária.

Desde o início do ano, os futuros do Brent têm oscilado entre US$ 75 e US$ 85 o barril, com o risco geopolítico no radar. 

Já os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI)  — referência para o mercado norte-americano — para maio avançavam 1,47%, a US$ 84,92, após atingirem um pico de US$ 85,46, também o maior patamar desde outubro. Siga os mercados.

Os motivos para alta do petróleo hoje

O Irã, importante aliado do grupo Houthis — que tem como alvo embarcações no Mar Vermelho com ligações com Israel como um protesto contra a  ofensiva militarem Gaza —  acusou hoje os israelenses pelo ataque ao consulado do país em Damasco, na Síria, ocorrido segunda-feira (1°).

Israel não declarou responsabilidade pelo ataque e um porta-voz do governo disse que não comentaria as reportagens da imprensa estrangeira, segundo a Sky News.

A escalada das tensões na região suscita, mais uma vez, incertezas sobre a oferta e abastecimento do petróleo em todo o mundo. Isso porque o Irã é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Além disso, há também novas ameaças de ataques ucranianos à instalações energéticas russas. Mais cedo, um drone da Ucrânia atingiu uma das maiores refinarias da Rússia. 

A partir de uma análise de imagens feita pela Reuters, o ataque atingiu a principal unidade de refino de petróleo, que tem capacidade de produzir cerca de 340 mil barris por dia (bpd). 

Vale lembrar que a Rússia, que é uma das maiores exportadoras mundiais da commodity, tem enfrentado uma série de ataques ucranianos às refinarias e, em contrapartida, tem intensificado a ofensiva à infraestrutura energética da Ucrânia.

Reunião da Opep+ no radar

Além dos conflitos no Oriente Médio e a guerra entre Rússia e Ucrânia, a proximidade da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (grupo conhecido como Opep+) também impacta no desempenho do petróleo hoje. 

O cartel se reúne na próxima quarta-feira (3) e a expectativa é de que mantenha a atual política de produção de petróle oem meio aos cortes voluntários da Rússia e Arábia Saudita. Juntos, os países devem reduzir a produção de cerca de 1,3 milhão de barris por dia até o fim do ano. 

Reflexo na bolsa brasileira 

O avanço de mais de 1% do petróleo no mercado internacional dá fôlego às companhias do setor na B3. 

Em destaque, a Petrobras retomou o patamar de R$ 500 bilhões em valor de mercado, após 16 pregões.  

Vale mencionar que a estatal perdeu mais de R$ 55 bilhões em um único dia após decidir pelo congelamento do pagamento dos dividendos extraordinários referentes ao quarto trimestre de 2023.

Além disso, o mercado repercute à combinação de negócios entre a Enauta (ENAT3) e a petroleira junior 3R Petroleum (RRRP3) — que, por sua vez, suspendeu as negociações de fusão com a PetroReconcavo (RECV3) iniciadas em fevereiro. 

Confira o desempenho das companhias de petróleo no Ibovespa: 

CÓDIGO NOME ULT VAR
RRRP3 3R Petroleum ON R$ 33,85 2,27%
PETR3 Petrobras ON R$ 39,15 1,53%
PETR4 Petrobras PN R$ 38,03 1,01%
PRIO3 PRIO ON R$ 48,81 0,87%
RECV3 PetroReconcavo ON R$ 21,71 -6,26%
Fonte: B3; cotação às 13h (horário de Brasília)

*Com informações de Reuters, CNN e CNBC

Fonte: SeuDinheiro

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