Novas portas se abrem para os investidores do mercado de criptomoedas — especialmente para os que investem em bitcoin (BTC). A confiança na maior criptomoeda do planeta cresce frente às expectativas do novo governo de Donald Trump, que toma posse dia 20 de janeiro. E a maior gestora de ativos do mundo está pronta para agitar o tabuleiro.
Nesta terça (19/11), a BlackRock lançou opções de um ETF (fundo de índice, em inglês) de bitcoin no Nasdaq, inaugurando uma nova forma de exposição à criptomoeda em Wall Street.
Para se ter ideia do tamanho e importância da Black Rock, a gestora reportou US$ 11,48 trilhões em ativos sob sua gestão no terceiro trimestre de 2024.
Também não se pode menosprezar o caráter elástico dos preços das criptomoedas. O próprio bitcoin voltou a renovar as máximas históricas hoje, atingindo os US$ 93,925.54 após uma alta de 3.68% nas últimas 24h.
Atribulações no caminho por um bitcoin mais flexível
A entrada das opções na Nasdaq ocorre um dia após a Options Clearing Corporation (OCC), a maior organização de compensação de derivativos de ações do mundo, confirmar sua prontidão para compensar e liquidar opções para ETFs de Bitcoin à vista, como o iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock.
A iniciativa das opções do IBIT na Nasdaq passou por certos apuros e foi arquitetada há meses. No mês passado, a Securities and Exchange Commission (SEC) aprovou a listagem de opções para ETFs de bitcoin à vista depois da Divisão de Compensação e Risco da Commodities Futures Trading Commission (CFTC) afirmar que esse tipo de listagem não estaria sob sua jurisdição. Contudo, a OCC foi apenas o obstáculo final.
UMA PECHINCHA NO DIA DO SOLTEIRO?
Isso abriu caminho para que a OCC lidasse com a validação das opções como derivativos regulados pela SEC – conseguindo, enfim, a aprovação necessária para entrar no mercado
Mas o que são opções?
O mercado de opções dá o direito, mas não a obrigação, de compra ou venda de um ativo — nesse caso os ETFs de bitcoin — por um preço pré-determinado específico, em uma data futura. Imagine ter a chance de “reservar” o preço de uma ação hoje, mas decidir só depois se você quer realmente comprá-la ou vendê-la.
Existem dois tipos principais de opções: calls e puts.
As calls funcionam como um ‘ingresso’ para comprar ações no futuro por um preço que você definiu hoje. Se o preço deste papel subir, você pode exercer a opção de adquirir a ação pelo valor mais baixo que já havia ‘reservado’.
Já as puts atuam como um tipo de seguro. Se você acredita que o preço de uma ação vai cair, pode garantir o direito de vendê-la no futuro por um valor mais alto (acordado anteriormente) do que o preço de mercado.
Opções de ETFs de bitcoin, um trampolim para o espaço
O mercado de derivativos de bitcoin ainda representa uma fração pequena de tudo que é negociado por criptomoedas à vista. No entanto, a inclusão do IBIT na Nasdaq sinaliza um amadurecimento e um possível fortalecimento desse segmento.
A expectativa de um fluxo de compra superior ao topo histórico do bitcoin pode impulsionar o preço da moeda para patamares ainda mais elevados, com a busca de faixas de negociação diária de US$ 100.000, US$ 105.000 ou até mesmo US$ 200.000.
Com a regulamentação da Nasdaq, investir em um ETF de bitcoin torna-se uma alternativa mais prática e segura em comparação à compra direta da moeda à vista. Essa facilidade permite tanto uma maior diversificação de ativos quanto a participação de investidores com menor capital disponível.
Entretanto, vale destacar que, ao adquirir um ETF, o investidor não está comprando bitcoin diretamente.
Ainda assim, para disponibilizar o produto na bolsa, a gestora precisa manter o BTC em caixa, assim como ocorre em outros fundos tradicionais. Além disso, grandes investidores devem continuar acumulando Bitcoin, o que reduz a oferta, aumenta a demanda e, por consequência, valoriza ainda mais a moeda digital.
*Com informações do Decrypt
Fonte: SeuDinheiro
