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AgroGalaxy (AGXY3) pede recuperação judicial na esteira de debandada do CEO e derrocada de 90% das ações na B3 desde o IPO

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O pregão desta quarta-feira (18) se revelou de fortes emoções para os acionistas da AgroGalaxy (AGXY3). Horas após uma verdadeira debandada de executivos, a companhia de insumos agrícolas voltados para o agronegócio entrou oficialmente com um pedido de recuperação judicial.

De acordo com fato relevante enviado à CVM, o conselho de administração da companhia aprovou em caráter de urgência o envio do pedido de recuperação judicial — que corre em segredo de justiça e será “oportunamente submetido à ratificação da assembleia geral de acionistas”.

O pedido veio na esteira da degradação dos balanços financeiros da AgroGalaxy e de suas subsidiárias, além da derrocada de 90% das ações na bolsa brasileira desde o IPO.

Segundo a empresa, diante da situação econômico-financeira, se tornou necessária a “tomada urgente de outras medidas que possam protegê-las até que seja possível implementar o equacionamento do seu endividamento e a readequação da sua estrutura de capital”. 

“A administração da companhia esclarece que, ao longo dos últimos meses, despendeu de grandes esforços e estudos para lidar com os desafios significativos que estamos enfrentando atualmente, reflexo inclusive de eventos climáticos diversos e da deterioração das condições dos mercados brasileiro e internacional, os quais, consequentemente, pressionaram nossa estrutura de capital”, escreveu a empresa. 

O pedido de recuperação judicial se estende a todas as subsidiárias da AgroGalaxy e visa “proteger e possibilitar a continuidade de suas atividades, a proteção e manutenção dos serviços prestados”. 

Entre as controladas, estão: Boa Vista Comércio de Produtos Agropecuários, Agrogalaxy Franchise, Grão de Ouro Agronegócios, Grão de Ouro Comércio de Insumos Agrícolas, Rural Brasil, Campeã Agronegócios, Agro Control Participações, Agrototal Holding, Bussadori, Garcia e Cia, Agro Ferrari Produtos Agrícolas, Ferrari Zagatto Comércio de Insumos e Agrocat Distribuidora de Insumos Agrícolas.

“Acreditamos que esta iniciativa trará benefícios significativos à companhia e às subsidiárias, assegurando a continuidade de nossas operações e a manutenção de nossas relações de longo prazo”, disse a companhia. 

A debandada na AgroGalaxy (AGXY3) 

Mais cedo nesta quarta-feira, a AgroGalaxy surpreendeu os investidores com a renúncia do CEO, Axel Jorge Labourt, e de mais cinco membros do conselho.

Labourt será substituído por Eron Martins, atual diretor financeiro (CFO) e de relações com investidores (DRI) da empresa. 

Já os novos membros para o conselho de administração da companhia e o comitê de auditoria estatutária da companhia ainda deverão ser eleitos. 

A situação financeira da AgroGalaxy 

A AgroGalaxy foi uma das empresas que estrearam na B3 na última safra de IPOs da bolsa brasileira, em 2021.

No entanto, desde a abertura de capital, as ações da companhia de insumos agrícolas praticamente evaporaram, com desvalorização acumulada de 90%. Só em 2024, os papéis recuaram 70% na bolsa.

A situação não se mostrou dura para a AgroGalaxy apenas no mercado de ações, como também nas próprias finanças da companhia, que acumula uma sequência de prejuízos.

A companhia encerrou o segundo trimestre com um prejuízo líquido ajustado de R$ 363,4 milhões, uma piora de cerca de 40% em relação às perdas de R$ 257,1 milhões vistas um ano antes.

Já o endividamento líquido dos últimos 12 meses encerrados em junho chegou a R$ 1,51 bilhão.

Em maio, os analistas Citi já haviam alertado os investidores de que a AgroGalaxy experimentaria um ano difícil. 

No entanto, o banco suíço manteve na época a recomendação de compra/alto risco — justificada pela pequena capitalização de mercado e baixa liquidez —  para as ações AGXY3. 

Fonte: SeuDinheiro